quarta-feira, 7 de março de 2012

Cap. 24 - Para o bem e para o mal.




1943- Estávamos novamente na Criméia, a Força aérea Abutres estava dividida, Major Sípoli e seus caçadores, estavam na retaguarda recebendo os novos Fw 190 A4.

Eu junto ao 2º Gavbo do Ten. Col Pasfar realizamos muitas missões contra portos e comboios do inimigo, ao sul faixa de terra da Criméia. Saindo da última base que nos sobrou e que estava em constante ataque. A base de Sebastopol.
Na noite anterior Pasfar e seus He-111, aproveitaram a calma da noite, para trocar para uma base mais a retaguarda pois não sabíamos quanto as tropas de terra conseguiriam aguentar a investida dos Russo.
Agora só meu velho He-111 A6 permanecia como último bombardeiro da Base. Eu esperava as últimas ordens logo cedo, para me retirar também. Com a base já bem danificada, dormi em uma vala não muito próximo ao campo, para sobreviver a constante salva da artilharia Russa.
Acordei com um silêncio inquietante, de repente a artilharia que nos martelou a noite toda parou. As primeiras luzes do dia apareceram sobre o Mar Negro, as nuvens no horizonte com seus tons de cinza escuro, prometiam mais um dia de umidade e lama.
Um ruído baixo e distante começou a chamar minha atenção, reuni minhas coisas e acordei o resto da tripulação.

- Mas Comandante, nem um café?
- Corre Sargento vamos salvar nosso avião e também as nossas peles.
Quando olhamos para o leste, uma nuvem de uns 50 aviões russo se aproximava, e começaram a bombardear nossas tropas de defesa ao sul da base. Olhando para o alto pude ver uma formação de poderosos quadrimotores Pe-8. E começou o bombardeio de nossa base também.
Nossa Flak debilitada respondia como podia. E correndo como loucos avistamos nosso avião, chegando a 20m de distância recebemos um impacto e fomos atirados ao chão. Uma das bombas dos Pe-8 acertou em cheio o abrigo do Henkel.

Atordoado, me sentei na grama e me recuperando fiquei a assistir ao espetáculo horripilante.

Apenas 4 pilotos de caça restavam na base e tinham decolado para fazer frente aos 50 Russo. Decidi que assistir não seria o suficiente, e eu seria o quinto louco a decolar. Ordenei a minha tripulação que me conseguisse um caça, qualquer coisa que tivesse asas. E saímos a procura, encontrei o o Sargento mecânico da base e ele me informou que no velho hangar alguns BFs 109 G6 de segunda geração estavam em manutenção.
Corri para lá e os mecânicos me mostraram três aviões que tinham condições de voo, escolhi um que já estava abastecido e tinha no eixo do hélice um canhão MK 108, Liguei o motor e saí rapidamente do hangar, a pista de concreto estava um caos, escolhi um terreno gramado ao lado e pus o avião para rolar, rezando para não atolar ou quebrar o trem de pouso na lama.
Aceleração de 110%, radiador fechado, flaps de combate, após muitos saltos deixei o solo. Passando bem na minha frente, vinha um Pe-8 baixo que soltava fumaça em um de seus motores, não tive tempo de subir, pois caças Russos já se preparavam para me seguir, enquadrei o PE-8 no meu colimador, e senti os primeiros impactos dos tiros do artilheiro de cauda do Bombardeiro. Concentrei no alvo e descarreguei metralhadoras e o canhão na fuselagem e asa esquerda do avião inimigo. E ele como uma fera ferida, se inclinou para a esquerda, seus tripulantes saltavam, mas devido a baixa altitude, não tiveram chance de abrir os Pára-quedas. Não tive tempo para pensar neles, projéteis traçantes atravessavam o alumínio de meu avião, meu moto cuspiu óleo no pára-brisa, e eu instintivamente puxei o manche para trás, precisava ganhar altitude para poder saltar em relativa segurança e não ter o mesmo destino dos russos.

Olhei para trás e dois La-5 se aproximavam para me liquidar, abri a cabine, soltei o cinto e me atirei no ar, o Avião estolou e desceu de ré até se chocar com o solo, no pouso consegui desviar da explosão. Me livrei do pára-quedas e corri para o velho hangar novamente.

Chegando lá o pessoal me olhou espantado e pude ver que me julgavam realmente louco. Subi no cockpit de outro G6, e o mecânico gritou que ele tinha um pequeno problema de no radiador que estava esquentando muito.

Sai do Hangar e acelerei, não podia acelerar acima de 80% e nem fechar o radiador para não queimar meu motor. A maioria dos Russo estava retornando para sua base, e apenas alguns caças de escolta continuavam a estrafar nossas Flaks, eu e os dois outros pilotos da Luftwaffe que sobraram, continuávamos a combater. Após a decolagem, vim um dos Bfs sendo seguido por dois Yaks, parti no encalço e após muitas manobras abati um, o outro conseguiu escapar. Pousamos exaustos, e finalmente conseguimos tomar uma boa xícara de café frio e uma panqueca que queimou no fogareiro.

Como só sobramos nós três, ordenei aos dois Tenentes para reabastecerem e ficar de cap sobre a base, eu iria até o front tentar descobrir se seríamos atacados novamente.

Subi a 6.000m e chegando no Front, consegui avistar a base dos Russos, de longe parecia até que estava inativa. Vasculhei os céus a procura da cobertura aérea Russa, mas os Russos estavam tão confiantes em sua esmagadora maioria, que não acreditavam que pudesse ter alguma aeronave inimiga fazendo reconhecimento.

Após uma meia hora, observei alguns caças decolando em direção a nossa base, informei aos dois tenentes para se prepararem e não se arriscarem desnecessariamente. Quando eu ia partir no encalço dos La-5 Russos, observei uma última aeronave decolando sozinha, pensei que era algum caça atrasado, e após ele se afastar da base, mergulhei par derrubá-lo. Ao me aproximar, a surpresa, era um Caça bombardeiro Il-2, mais conhecido como o tanque alado Russo por sua poderosa blindagem. O artilheiro da cauda começou a me acertar e apesar de minha velocidade alta, consegui acertar uma boa rajada de canhão, mas, e tem sempre um mas. Ao me aproximar, o artilheiro acertou meu motor e fiquei sem visibilidade, apenas com muito óleo do motor cobrindo minha carlinga. Tentei adivinhar onde o IL-2 iria, para evitar a colisão, mas eu e o Russo escolhemos o mesmo lado.

Moral da História, perdi 500pts na colisão, pela segunda vez.

Score da missão um Pe-8 e um Yak abatidos contra dois G6 later perdidos.

E ainda ouço o ECO que me acompanha desde a 1ª Guerra mundial: NUNCA COLIDA COM NADA, ESPECIALMENTE UM BOMBARDEIRO!


2 comentários:

  1. Não tinha lido esse capítulo Co! Muito bom!

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    1. Hahaha, para ter credibilidade é importante contar as derrotas também, hahaha eu e minhas barbeiragens rsrsrs

      Espero que os cadetes aprendam na teoria o que podem evitar na prática.

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