quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ten. Col. Mutley recebe a Cruz Germânica de Prata

Após bombardear manualmente alvo inimigo e destruir 66 unidade no solo e fazer 3.240pts sem RTB.

Co Mutley recebe a condecoração máxima para pontos de bombardeiro.

sábado, 25 de agosto de 2012

O Me262

Protótipos do Me262, testes aerodinamicos sem motor a turbina.





Protótipo com bequilha na traseira, teve problemas nas decolagens, o arrasto da asa não permitia o funcionamento do profundor.



E agora umas maluquices...






Carregando uma bomba, é mole?!

E os destruídos na rendição!







E aqui uma das ilustrações que mais gosto do Me262, pena que não podemos usar no livro:

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Capitão Fred, recebe a Cruz de cavaleiro

Parabéns ao SubCo do 1º GAvCA, recebe a medalha Cavaleiro da Cruz de ferro após realizar uma missão com mais de 250pts.

Ten. Col. Sípoli, Brevê de caça a jato

Parabéns ao Comandante do 1º GAvCa Abutres, recebe o brevê de piloto de Caça a jato, comprovado em combate.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cap. 47- BlitzKrieg, a caminho de Dunquerque

Maio de 1940.

  Após a invasão da Polônia ( 1º de setembro de 1939), onde quase não vimos aviões para combater, Eu então ainda Major, comandava o Grupo de Aviação Abutres, que era uma força praticamente independente, formada por três esquadrões.

Esquadrão de caças, comandado pelo Capitão Sípoli, esquadrão de Bombardeiros comandado pelo Capitão Pasfar e o de transporte comandado pelo 1º Ten Maddog.

Tivemos uma participação muito discreta, derrubando alguns aviões poloneses PLZ que não eram páreo para nossos Mersserschmitt 109. Passamos a escoltar o esquadrão de bombardeiros com seus HE 111, ou com bombas de 250kg ajudando os Stukas, na Blitzkrieg.
Bf 109E carregando uma bomba de 250 kg.
Com as declarações de guerra da Inglaterra e França, as proporções da Guerra mudaram, deixava de ser apenas contra um país despreparado, para enfrentarmos nações que somadas tinham o dobro do nosso potencial.

Nós da Abutres vivendo nesta atmosfera desde a primeira grande guerra. Nos adaptávamos rapidamente a sequencia de mudança que nos eram exigidas.

Sem notícias de casa já a algum tempo, não tivemos tempo para nada, quando fomos deslocados para as invasões da Dinamarca e Noruega( 09 de Abril de 1940) em que tivemos os primeiros combates aéreos contra os pilotos franceses e ingleses com seus Hurricanes e Dewoitines. Onde saímos vitoriosos graças a nossa velocidade de deslocamento e a superioridade temporária de nossos aviões.

Após a Noruega, retornamos a Alemanha, para reequipar, recompor e descansar. Após um período de licenças, voltamos a nos reunir na base aérea onde receberíamos uma nova leva de Emils ( BF-109 E1).

Mas além de novos aviões outra surpresa me esperava. Estava despachando a documentação, solicitando suprimentos para a operação Fall Gelb ( Invasão da França), quando entram na sala o staff de  oficiais da Abutres, Sípoli, Pasfar, Fred e Maddog.

- Permissão Comandante?

- Concedida, a vontade.

- Pois não senhores.

- Comandante temos uma novidade.

- Vamos a ela, não temos tempo para cerimônias.

- Cadete Eject, adiante.

Quando olhei, arregalei os olhos ao me deparar com aquele jovem. Franzi a testa e quando ia começar a esbravejar. o Jovem falou.

- Pai, desculpe, Comandante.

- Sim senhor o que significa isto?

O Capitão Pasfar tomou a palavra.

- Calma Mutley, antes de qualquer coisa deixa o garoto falar.

Até então, meu filho estava cursando engenharia e não tínhamos nenhum plano de alistá-lo.  E ai começou a narrativa.

- Pai, eu e meus amigos da faculdade de engenharia, resolvemos nos alistar escondidos no Exército, sabendo que o Sr. não aprovaria o meu alistamento. Mas quando o os tios descobriram, foram lá e me sequestraram nas fileiras do Exército, e disseram que era melhor ficar sob as vistas deles.

- E aqui está ele! ( disse o Maddog com um sorriso forçado).

Cerrei os dentes, contei até 10, andei de um lado para o outro quase explodindo. Os três entenderam e saíram, ficando apenas eu e meu filho. Olhei para ele e disse.

- Sim senhor, cadete. Da um abraço aqui no teu velho. Vamos ter que contar para sua mãe. Ela vai entender.

- Outra coisa! De hoje em diante terá que me chamar de Comandante. Apresente-se ao Capitão Maddog. Dispensado.

Após alguma reflexão, só me restava escrever para minha esposa contando esta novidade. E dar boas gargalhadas com tudo isto.

Na manhã seguinte, pude ver o Maddog, Pasfar e Sípoli instruindo os novos cadetes. Como as academias de aviação estavam cheias e demoravam a completar nossos quadros, nos foi permitido treinar alguns cadetes, os que não tivessem sucesso, passavam para a flak. Pensei ao ver meu filho sentado perto do JU-52, dos males o menor.

- Sípoli, agora me explique por que o nome de guerra dele é Eject.

- Bem Mutley, depois que vc contou como um de nossos pilotos morreu por não conseguir pular de para-quedas, ele e o amigos trabalhavam em um projeto de um acento ejetor. Acho até que vou ajudá-los quando a guerra acabar.

E assim estava batizado mais um Abutre.

Como a guerra não espera. Na semana seguinte estávamos operacionais, e os novos cadetes voando como co-pilotos nos Ju-52.

Seguimos com a invasão da Bélgica, Holanda e França.
Os temidos Fallschirmjäeger da Luftwaffe em ação.
Tendo nesta parte da guerra, uma missão em que o GAV Abutres participou com todos os meios. o objetivo era a tomada da última grande base aérea na região de Dunquerque onde a BEF estava acuada. E mesmo sendo atacados pelo melhor caça que já havíamos nos deparado, o Spitfire, nosso esquadrão de JU-52, se saiu muito bem lançando para-quedistas sobre a base, realizando as primeiras manobras de Slaceback. Em que o JU-52 com as portas abertas, sobe sobre o alvo até estolar e enquanto isto os Para-quedistas vão saltando, com quase nenhuma dispersão.

Missão Cumprida, base tomada.




Cap. 46 - Cruzes negras sobre Caen

Junho de 1944


 Com o desembarque aliado na Normandia, cai o mito da Fortaleza Europa. E todo o esforço para blindar o continente foi por terra. Rapidamente  os exércitos aliados tomaram várias cidade entre elas Caen, tendo em sua proximidade algumas bases aéreas que tínhamos utilizado na batalha da Inglaterra.

Com o grosso das forças de bombardeiro e suas escoltas partindo ainda da Inglaterra, estas bases estavam sendo utilizadas, por aviões de ataque ao solo e bombardeiros leves aliados, para ataque ao nosso porto de Calais. Ao qual os aliados esperavam tomar o quanto antes, para poder contar com mais um lugar adequado para o desembarque de suas tropas.

Lutávamos por nossas vidas naqueles dias, e em contante minoria, sendo no front oeste, uma relação de 08 aviões aliados para cada 01 dos nossos. Todos os nossos pilotos já haviam decolado para as patrulhas matinais e algumas missões de ataque a cabeça de ponte na península de Cherburg.

Neste dia me mandaram em uma missão de observação, decolando um de nossos melhores aviões, o BF-109 G10 erla. Com uma poderosa câmera, deveria voar a 10k, fotografar o avanço aliado, não entrar em combate, e RTB ( Retorno a base).

Decolei do sul, subi para oeste, ainda em nosso território, ao longe via a nuvem de poeira levantada pelas bombas da frota aliada, abrido caminho em nossas defesas.

Chegando a 9 k, rumei para o norte, entrando em território já sob domínio do inimigo. Sozinho, tirava as fotos e ficava procurando rastros de condensação, dos temíveis P-47, não queria ser surpreendido.

Voei por aproximadamente 20 minutos e fui até o mar, já bem ao norte, por duas vezes pude ver refregas entre nossos aviões e os inimigos, nesta última pareciam P-51 e alguns FW-190.

- Ai que vontade de mergulhar e ajudar estes caras. ( Murmurei)

Mas minhas ordens eram bem claras. Após tirar algumas fotos da frota aliada e os portos flutuantes nas praias, fiz meia volta para pegar o rumo de casa. Conferi da esquerda para a direita a minha volta, para ver se alguma condensação denuncia algum bandido, e quando terminei olhando para minha direita, abaixo do sol, parecia um dot ( ponto no céu). Pisquei algumas vezes para clarear a visão e apertei as pálpebras filtrando a luz do sol e já bem perto tive certeza.

- Putz P-38, curva. ( falei ordenando que meus braços fizessem alguma coisa além de parecerem imobilizados)

Curvei e o P-38 passou mergulhando em minha cauda, curvei na direção que ele seguiu e ele ao invés de subir mantendo a altitude, desceu 3k para a altura das nuvens. Resolvi não segui-lo e manter a vantagem. Aproei novamente para o sul e fiquei de olho nele, que vinha subindo abaixo da minha asa direita.

Mas, como nem sempre conseguimos cumprir as ordens ao pé da letra, não resisti aquele desfile do P-38 e seu piloto que me desafiavam a segui-los e a mostrar o que eu sabia.

Olhei em volta, e não tinha mais nenhum inimigo que pudesse interferir em nosso duelo.

Fiz uma inversão e mergulhei de 9k para 4k que era onde ele estava, minha velox era de 750km/h, e ele a uns 400km/h curvou quando me aproximei de sua six(cauda da aeronave), eu com minha experiência não entrei no jogo dele e voltei a subir e rapidamente estava a 8k.  Agora sabíamos que não tinha nenhum novato aqui, dois veteranos de anos de guerra aérea, em duelo.

Eu poderia interromper o combate e desengajar, já que tinha muita vantagem em alt. Mas a adrenalina era muita, não resisti, quando ele passou abaixo de meu nariz e mergulhei novamente, desta vez disparando dois segundos de metralhadoras. E voltei a subir e curvei em sua direção, desta vez quase cometi um erro, e agora estávamos na mesma alt., e quase passamos HTH.

Quanto ele passou por por baixo fiz uma inversão para tentar pegar sua six, mas ele subiu rápido e teve um momento de vantagem. Mas quando ele mergulhou com muita energia, fiz uma curva fechada que ele não conseguiu acompanhar.

E assim passamos mais de 10 minutos em um combate vertical de facas, com curvas e tentativas de pegar a six, sem nunca tentar o HTH. Por alguns momentos pensei que seria derrubado, o piloto adversário demonstrava extrema perícia e conhecia bem seu avião.


Arrancando o máximo do meu BF-109- G10, os ponteiros de temperatura acusavam que eu teria motor Daimler Benz 605D por pouco tempo se mantivesse o cabo do acelerador esticado, despejando toda a mistura e mais a injeção de metanol dentro dos seus cilindros, desacelerei para 90% e abri os radiadores em 100%.

Em outra manobra quando ele passava novamente por baixo, fiz uma inversão saindo praticamente em sua six, e ele subiu e iniciou um looping e ao invés de continuar no seu looping que dificultava a minha perseguição, cometeu o erro fatal.

Subiu e rolou duas vezes a direita, perdendo energia e me dando a chance de acertá-lo em um feliz tiro de deflexão. Atingi seu tanque de combustível na asa esquerda. E provavelmente danifique o ailerom desta mesma asa.


Ele voltou a rolar, agora para a esquerda, passando em mergulho bem na minha frente, acertei mais alguns tiros de metralhadora, e mergulhei invertido em sua six, ele nivelou o avião continuou sua tentativa de fuga, efetuei vários disparos de dois segundos só com as metralhadoras, esperando uma chance de usar o canhão.

O combustível vazando de seu avião grudou em meu para-brisas, tornando minha visão muito turva, mas mesmo com medo de colidir com ele continuei a perseguição, a esta altura já a uns 3k, com receio de ser engajado por algum inimigo que estivesse de passagem.

Chegamos a altura das nuvens e ele tentou algumas tesouras para ver se eu o ultrapassava. Em um certo momento acertei seu motor esquerdo, que começou a fumar.

E logo em seguida ele tenta mais um tonoux a direita, e atiro com tudo, 13mm e 30mm, acertando em cheio sua asa direita, que com a força G do rolamento se parte.

Ele cai em parafuso sem uma das asas, continuo acompanhando.

-Salte, salte, vamos lá amigo. ( grito em meu cockpit).

Puder ver a ejeção da carlinga e em seguida o piloto no ar, em forma de cruz, abrindo o para-quedas.

Sorri e balancei as asas ao passar por ele.

Voltei para a base muito feliz, pois derrubei a máquina de guerra, e poupei o veterano piloto, para quem sabe um dia nos encontrarmos em outro duelo, ou  quando a maldita guerra acabar.

Pode ter sido sorte, pode ter sido por termos aviões diferentes, mas sempre levo está lição: É importante conhecer os aviões inimigos, mas, melhor que isto "É conhecer seu avião mais do que o adversário conhece o dele!"


O Vídeo desta missão, assim como tantos outros podem ser visto em nosso canal no Youtube
http://www.youtube.com/user/AbutresTH



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Capítulo 45 - O caça secreto: Andorinha!


Depois dos voos com o Dora Nove e o Ta152, fiz meus relatórios dizendo os prós e contras das aeronaves, e como consegui dois abates com o mesmo D9 e 3 com o Ta152, me dei bem com as novas aeronaves e acabei sendo chamado a sala de comando na base para conversar a respeito desses voos de teste, com certeza meu comandante Ten. Cel. Mutley e o comando da base iriam me interrogar bastante sobre os voos.

Chegando na mesa do comandante da base vi o Co da FAA sentado. O Mutley segurava um papel, olhos arregalados, pude ver que era uma mensagem direta do alto comando OKL, achei que eu seria seriamente repreendido por ter perdido o D-9, mas não, era uma mensagem me "convidando" a voar uma arma secreta. Na mensagem diziam que meu voo deveria sair no dia seguinte as 04:00h para Berlin, iria em um Ju-52 junto com outras pessoas e suprimentos, me opus violentamente ao fato de ter de ir como passageiro em um Ju-52, o lugar de um piloto de caças é dentro de seu caça esbravejei,  os comandantes tentaram me convencer do contrário, mas apenas disse:

"Nos céus só existem dois tipos de pilotos, os que saem para caçar e os que saem para ser caçados, e de Ju-52 não dá para caçar!". Fui prontamente compreendido pelo meu comandante, o Ten. Cel. Mutley liberou minha viagem em meu FW190A5, só assim eu teria confiança em voar nos céus pontilhados de caças dos aliados, o Ten. Cel. Pasfar iria como meu ala durante o translado.

Chegando a Berlim tive um breve encontro com Hermman Goering e o nosso comandante da caça, Adolf Galland, com seu charuto e seu bigode, me lembrei do BLW Otto na mesma hora. Tivemos uma conversa sobre os problemas no front, as nossas aeronaves, os aviões inimigos, falavam de tudo mas não me falavam nada da nova arma que eu iria voar, e a minha ansiedade ia aumentando, quando finalmente começaram ao falar do desenvolvimento dos motores do Reich me apresentam os desenhos e algumas fotos da nova ave de rapina, meus pensamentos foram:
  • Esplendido
  • Lindo
  • Amedrontador
  • Fuido

Me explicaram tudo a respeito da aeronave, possuía um motor revolucionário, movido a reação, poderia voar com combustíveis menos puros, mais fáceis de se obter, voaria a velocidades altíssimas, ao menos 150km/h mais rápido que o caça mais rápido nos céus, e possuiria 4 canhões de 30mm no nariz, era a arma final pensei.

Os primeiros testes foram intensos, mas apenas de taxi na pista, os motores eram muito sensíveis, por isso a atenção dispensada ao taxiamento era enorme, poderíamos destruir o avião antes da primeira decolagem, o trem de pouso dianteiro também não era muito robusto, sensível a movimentos laterais excessivos. 



Não haviam Me262 biplaces, o que tornava o treinamento teorico muito duro, o meu primeiro voo nesse avião seria um voo solo! Após uma semana de treinamento finalmente marcaram a data da minha primeira decolagem. Não consegui dormir a noite inteira na véspera, foram pequenos cochilos e eu já acordava tenso pensando em como iria ser o voo.

Acordei muito mais cedo que o normal, fui até a pista, enquanto o sol nascia e pintava o Me262 de dourado, me sentei a uns 50m do Me262, fiquei admirando sua silhueta por mais de 40 minutos, estaria eu de frente a arma final? Seria esse avião o responsável pela reviravolta na guerra? Logo começaram a chegar os engenheiros e mecânicos do Me262, esse avião era cercado de uma aura incomum, as atenções dispensadas a ele eram enormes afinal eram caros e raros, poucas unidades haviam sido produzidas, pouco tempo depois também chegaram os pilotos dos FW190 que iriam me escoltar nas decolagens e nos pousos, afinal essa era a pior hora para estar dentro de um Me262, ele ficava extremamente vulnerável nestas situações a baixa velocidade.

Resolvi relaxar um pouco e fui tomar meu café, o pessoal do rancho batia em minhas costas, me olhavam diferente, eu não entendia o porque, até que finalmente me encontrei com o Ten. Cel. Mutley, o Ten. Cel. Pasfar e o Capitão Viguel, fui surpreendido com a presença deles, mas me senti aliviado, poderia desabafar minha ansiedade com eles. Vieram para ver esse voo, receberam autorização do OKL para estar na base de testes de armas secretas, afinal teríamos alguns desses a nossa disposição logo.

Fui para o Me262, me preparei para a decolagem, liguei os reatores, a sensação era muito estranha, sem ruídos, sem vibrações, a velocidade aumentava lentamente, consegui colocar 300km/h antes de puxar o manche. Me arrasto pelo ar após a decolagem, os FW190 de escolta começam a voar ao meu redor, mais alto que eu, vou ganhando velocidade, 400, 500, 600, 700km/h, os FW nada mais podem fazer, ficam para trás, começo a subir sobre a base que aliás ficou para trás muito rapidamente, o que até atrapalhou um pouco a navegação, afinal utilizamos a base como referencia nas navegações. Chego a 5.000m de altura, faço voos de 40 minutos durante todo o dia, não me canso desse avião.

O último voo termina as 16:30h, faço a atualização da caderneta de voo, um relatório sobre os voos, me reúno com os engenheiros de voo e temos uma conversa de 45 minutos a respeito do avião, finalmente sou dispensado as 18:30h quando vou ao alojamento para tomar um banho. Passo pelo dormitório e marco um jantar com o pessoal da Abutres.

Batemos um papo regado a muita cerveja, alguns petiscos e muitas músicas, conto tudo sobre o Me262, os 3 ficam maravilhados com essa máquina, não perdem por esperar.

No dia seguinte a rotina de testes se inicia as 06:00h, e no terceiro voo escuto um chamado no rádio: "Atenção FW190, inimigos! Localização de aviões Halifax e P-51 ao sul da base, heading 185, cerca de 100km e 5000m. FW190 podem engajar!".

E eu? Pensei!

Gritei no rádio:
-Meu Me262 esta armado?
-Sim. Respondem.
-Torre, permissão para engajar? Pergunto.
-Positivo, engajar!

Me autorizaram! Eu era o único Me262 voando naquele momento.

Alguns dos FW190 que voavam ao meu redor nessa hora já iam proa sul, mas ficam para trás rapidamente, não posso deixar de admirar esses belos Butchers com seus narizes amarelos e enquanto olho os lindos FW ficarem para trás vejo meu rastro de fumaça preta, prontamente reduzo para 95% de potência, assim meu motores não deixam rastros, serei confundido com outro caça qualquer até que seja tarde demais para o inimigo! Continuo subindo, 10.000m, ok, esta ótimo, penso.

Após poucos minutos de voo silencioso posso ver ao longe alguns pontos voando em direção a Berlim, inicio alguns mergulhos suaves a cerca de 850km/h me aproximando cada vez mais dos aviões, a sensação de pilotar o Me262 era indescritível, maravilhosa, a velocidade era pura mágica. O único problema era na questão da identificação das aeronaves antes do ataque, nesta velocidade tínhamos praticamente 2 segundos para identificar e atirar, se demorasse mais acabavámos passando pelo inimigo, o que não era muito problema também tendo em vista o uso do combate de energia com esse novo caça.

Chego rapidamente no primeiro avião, inconfundível sua silhueta com a bolha transparente do canopi e a entrada de ar em forma de corcova na barriga, era um P-51, meu pior inimigo nos ares, tento alinhar para o primeiro disparo dos meus canhões de 30mm mas o desgraçado faz uma forte curva antes do meu ataque, puxo o manche suavemente em direção ao meu ventre enquanto subo para ganhar mais energia, o segundo P-51 abre para esquerda do seu líder tentando uma armadilha. Mergulho novamente no P-51 líder, e numa descida alucinante o meu Andorinha chega a estremecer, não posso errar, mas a velocidade é absurda, tenho a vantagem agora de não precisar identificar o inimigo, sei que é ele lá, faço outra passada enquanto o P-51 tenta novamente curvar para escapar, mas dessa vez antecipo sua saída para a esquerda e consigo acertar um 30mm na ponta de sua asa esquerda, ele perde desempenho mas continua a curvar, seu ala tenta me engajar mas é perda de tempo, estou alucinadamente rápido! Volto a subir, a força G é tão intensa que começo a ter problemas na visão, minhas mãos pesam toneladas, tenho dificuldade de respirar.

Os médicos alemães estavam apreensivos no início do uso dos Me262 pois os pilotos apresentavam fortes sintomas do uso excessivo das forças G, isso foi alvo de preocupação por parte do alto comando, chegaram a nos chamar de loucos por voarmos assim, mas não tinha nada mais prazeroso que isso, o Me era nossa arma final.

Me recomponho ao final da subida, estou cerca de 2000m acima dos P-51, posso ver o líder sem o pedaço da asa esquerda, ele não me trará mais tantos problemas, resolvo mergulhar no ala, puxo uma leve curva por cima dos dois P-51 e mergulho praticamente na vertical, tenho o P-51 ala como um crucifixo no meu colimador, atiro logo na sua frente e acerto sua fuselagem bem atrás do canopi, o caça se parte em dois e quase chego a colidir com o profundor dele, pois após o ataque me preparei para passar atrás do P-51, mas seus destroços formaram uma nuvem na minha frente, mantenho a descida por alguns poucos segundos enquanto inicio novamente a subida, a essa hora o P-51 líder estaria desesperado, sem a ponta da asa ele sabia que iria morrer, então ele mergulha, na tentativa de me fazer perseguí-lo e assim perder minha vantagem, mas não caio na dele, me mantenho alto, voando acima dele, em umas vezes em que ele serpenteia para me localizar percebo que me perdeu de vista, mergulho em suas 6h baixa e passo de baixo para cima, os 30mm acertam logo na frente do radiador, fazendo o P-51 perder enormes pedaços da fuselagem e da raiz da asa, não aguentará sequer um curva, passo subindo a sua direita, a emoção é enorme, derrubar dois P-51 é uma proeza e tanto, estou cansado ao extremo as curvas drenam minhas energias, mantenho o inimigo na minhas 8h baixo enquanto curvo ainda mais a direita, ele tenta me perseguir, mas como previ sua asa direita acaba dobrando para cima, pude notar que acertou em cheio a bolha transparente do P-51 que mergulha em parafuso em direção ao solo e se espatifa no meio de uma vila a beira de um rio, espero não ter causada a morte de alemães em solo.




Como os 30mm do Me262 possuem pouca munição me preparo para voltar para casa, os FW190 começam a cruzar comigo somente agora, cerca de 4 minutos após eu iniciar os combates, aproveito para saudá-los com o típico balançar de asas dos que abatem seu inimigo, os FW190 prontamente formam ao meu lado, alguns mais acima, uma segunda leva deles passa direto indo diretamente para a ação, inicio o procedimento de descida e com a escolta consigo abrigo seguro em nossa base onde sem sequer sair do Andorinha peço combustivel e munição, vou voltar para a ação.

Praticamente ordeno outra decolagem, dessa vez não é mais uma decolagem de treino, é caça mesmo, sou autorizado, os FW190 ainda não pousaram, aviso que desta vez irei baixo, irei atrás dos bombardeiros.

Ouvindo a conversa dos pilotos dos FW que estão na frente de batalha é possível notar que alguns Halifax retornam após cumprirem sua missão, estão baixo conforme previ.

Com o Me262 ganhando velocidade nivelado a baixa altura chegarei rapidamente aos inimigos, quase 20 minutos após a decolagem posso ver quatro Halifax em formação, voando a cerca de 100m de altura, tentando se camuflar no chão passando despercebidos pelos caças que voam alto. Inicio uma subida para poder ganhar energia e passar muito rápido por esses Halifax, os gunners podem me derrubar facilmente, fico cerca de 1km longe deles, e procuro me manter uns 500m acima deles, quando a 750km/h inicio o meu mergulho, engajo primeiro o Halifax da direita, mantendo os outros todos a esquerda, as opções de fuga serão menores, podem colidir se curvarem muito para a esquerda, passo num angulo de 15 graus para baixo, mirando no cockpit do halifax aperto o gatilho segurando o mesmo apertado por uns 5 segundos, a rajada de 30mm vai acertando o Halifax desde a raiz das asas até a cauda, é possível ver por dentro dele, o mesmo inicia uma inclinação a direita, lenta, que vai tomando forma de um touneau, saio para a esquerda dele, já enquadrando o segundo Halifax, acerto poucos tiros que praticamente só acertarm a asa esquerda, errei a passada, mergulho passando por baixo deles, assim ganho velocidade e consigo escapar, vou curvando a direita me afastando desses aviões magnificos enquanto trato de ganhar velocidade e altura, completo a curva num 360 e já me ajusto na traseira do Halifax danificado, dou curtas rajadas de 30mm que vão explodindo na cauda e asas do monstro, o gunner traseiro para de atirar, será que o atingi? Minha oportunidade! Saio a direita para me manter mais afastado dos outros 2 Halifax da formação enquanto me mantenho as 4h do meu alvo, alinho meu avião com o leme para a esquerda e e atiro novamente de longe, desta vez meus tiros passam por cima dele, empurro o manche e disparo novamente, acerto logo atras das asas, o gunner lateral silencia também, pronto, sou um caçador com uma presa fácil, me aproximo rapidamente e seguro o gatilho por um longo tempo, o tremor dos canhões ao mesmo que chacoalha meu caça com sua força deve estar estremecendo o Halifax com as fortíssimas explosões na sua fuselagem, ele não se aguenta e explode em milhares de pedaços, caindo entre fumaça e fogo junto com seus destroços, a cena é aterradora e magnifica ao mesmo tempo.



Novamente subo para a proteção das alturas, onde estão os FW???? Pego rumo para a base, estou me expondo demais com esses Halifax. Volto para a base fazendo grandes esses pelos céus, estou sozinho, posso virar o alvo caso os P-51 apareçam, mas não foi o caso, após 5 minutos de voo tenso retornando para casa cruzo com os FW novamente, mais dois balançar de asas e estou indo para um descanço merecido.

Passo sobre a base e antes de fazer meu pilofe para perda de velocidade realizo outro balançar de asas, pouso tranquilamente sabendo dos FW190 a me proteger e a pista de concreto em bom estado abaixo de mim.

Finalmente posso usar um novo badge, tive meu batismo de fogo no Me262.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cap. 44 - Spy in the sky

Janeiro de 1945, queda da Prussia.

Acompanhávamos a derrocada da Wehrmacht , estávamos encurralados ao norte da Polônia, onde uma frota de navios preparava a nossa retirada pelo porto de Koningberg, bem parecida com a de anos atrás realizada pelos aliados em Dunquerque. Os Russos com a vantagem no ar de 6x1,  e suas tropas no chão capturaram toneladas de nossos equipamentos. Nossos sapadores, destruíam tudo que podiam na retirada, inclusive aviões danificados que ficavam nas bases evacuadas.

Mas por algum motivo dois de nossos preciosos ME 262 havia caído em mãos do inimigo. Estes maravilhosos caça a jato, o primeiro avião de combate com motor a reação a entrar em combate no mundo.
E agora  o inimigo poderia estudá-lo.

Reunidos na barraca da inteligência de nossa nova base, recebemos as péssimas notícias do oficial de inteligência, o Capitão Herman.

- Senhores, Sobre os dois ME 262 capturados pelos Russos, temos a informação que seriam enviados a Moscou, para testes e desmonte, para que eles pudessem desenvolver um avião a jato similar ao nosso.

Pensei até ai nada de novo, azares da guerra.

- Mas, recebemos a informação de uma coluna de nossas tropas em retiradas, que juram terem sido atacadas, por um Schwalbe ( ME-262) em ataque ao solo, lançando bombas e strafando as colunas.

- Mas Capitão, pode ter sido um caso de fogo amigo, algum dos nossos se enganou e atirou em nossas tropas.

-Sim Coronel Mutley, poderia. Mas, como nossos ME-262, foram retirados para a Alemanha para defesa de Berlim, deduzimos que o ME-262 operacional foi que nos atacou.

- Levaria muito tempo para que os Russos tivessem um piloto treinado para voar com o Rato (Apelido do ME-262 dado pelos aliados). Exclamou o Capitão Fred.

- Ai é que vem outra má notícia, um de nossos pilotos de ME-262, desertou, e a  força aérea do Exército Russo não perdeu tempo em usá-lo. Inclusive o ME-262 para passar despercebido, continua voando com as marcações da Luftwaffe.

-HUMMM (foi o murmúrio entre nossos pilotos).

Este era o pior dos quadros, a situação havia se invertido, como poderíamos voar concentrados nas missões, sabendo que do nada poderia aparecer um dos nossos atirando com 4 canhões de 30mm.

- Senhores, foi determinado pelo OKL, que devemos usar todos os meios para localizar e destruir esta nova ameaça. A Força Aérea Abutres, deve decolar em esquadrilhas, patrulhar as nossas rotas de fuga e se encontrar, perseguir até destruir o inimigo. Assim que for possível, teremos um par de ME-262 entregue a vcs para concluir esta missão.

Silêncio na sala
- Mas até que isto ocorra teremos um reforço. E precisamos de um voluntário. Durante nossa retirada, um piloto Russo quase sem combustível, pousou em em uma base nossa, pensando que estava em uma base Russa. E capturamos um YAK-9UT novo em folha. E precisamos que o voluntário, voe sobre território inimigo, com as marcações da Força aérea Russa, para não levantar suspeita e tente descobrir de que base o ME-262 está decolando. Assim poderemos bombardeá-la e quem sabe voltar a ter menos reclamações do exército.


Muitos se apresentaram para experimentar a aeronave russa. Eu me levantei e disse:

- Senhores, fico muito orgulhoso em ver tantos voluntários dentre os Abutres. Mas para uma missão quase suicida como esta, em que o piloto sendo preso pelos russos voando em uma de suas aeronaves, será fuzilado sumariamente,  creio que deveríamos tirar na sorte.

- Coronel tem mais uma coisa (Falou o Capitão da Inteligência). Isto não será necessário, tendo em vista que os Comandantes Sípoli e Pasfar precisam preparar as patrulhas com os seus pilotos, e com sua experiencia tendo sido piloto de prova, o Senhor foi escolhido.

- Sobrou - resmunguei.

Acabada a reunião, segui para o Hangar, onde camuflado estava o fabuloso avião fabricado pelos russos, subi na escada de acesso e olhei em seu cockpitch, colado abaixo de cada instrumento, o nome em alemão, para me facilitar a vida. O mecânico encarregado, me passou rápidas instruções, sobre aceleração, a marcação de combustível, altímetro e tudo mais. Eu que já havia derrubado muitos Yaks na Russia e que também já havia sido abatido por eles, sabia das qualidades desta aeronave, principalmente quando ao armamento e a capacidade de curvar.

Me despedi de nosso mascote, o famoso cão Rabugento, que tinha um humor pior que o meu, quando volto a pé para a base.


O caça- bombardeiroYAK-9UT, apesar de não ter um dos motores mais potentes da guerra, o VK-107 A com apenas 1.180hp, era conhecido por seu forte armamento, 2 canhões de 20mm B20s e um de 37mm no eixo do hélice NS-37. E também por ser um dos mais manobráveis da guerra, tendo o piloto que tomar muito cuidado para não desmaiar devido a força G que ele criava em suas curvas muito fechadas.

E lá estava eu dentro do cockpitch da aeronave inimiga pela primeira vez, imaginando a sensação de um piloto Russo prestes a decolar. Taxiei para a cabeceira da pista e em minhas asas, Falker e Josphe de BF 109 para me escoltar, caso algum  outro avião alemão tentasse me derrubar, me escoltariam até o front, e na volta me receberiam e acompanhariam até a base.

Decolados, seguimos para o sul, onde as tropas se aglomeravam em fuga pelas estradas poeirentas, minha escolta balançou as asas e RTB. E eu passando o front, subi a 9k em direção a base Russa mais próxima ao front. muito alto, só avistei alguns PE-2 decolando e nada mais, fiz uma curva e voando com muita economia retornei ao fronte, onde fiquei Abutreando nossas colunas em retirada. Mais adiante cerrei os olhos e pude ver a flak rápida atirando em alguma coisa, mergulhei para 5k, pois não vi nada lá de cima, agora tinha que me preocupar com aviões russos e alemães, pois a esta altura qualquer um poderia me engajar.

Com muito custo avistei um dot, atirando rajadas de canhões de 30mm e lá ia nosso rato, em uma velocidade estúpida, impossível de acompanhar, me posicionei entre ele e ao front por onde imaginei que ele iria evadir para a sua base. E assim que ele passou, mergulhei em sua direção, mas ele estava muito rápido uns 900km/h, meu caça em mergulho poderia chegar no máximo a 700km/h. Segui-o de longe até que ele pousou na base. Voltei a subir para 9k de altitude. Fiquei esperando, coloquei em modo econômico novamente e ai minha paciência foi recompensada, pensei em atacar quando ele estava decolando, assim como os Britânicos faziam com o Tempest para derrubar nossos ME-262, mas nesta base a Flak era muito reforçada. eu não teria chance. Acompanhei lá de cima o trajeto do desertor, e ele seguiu outra estrada, até iniciar novo processo de strafamento de nossas tropas. Mergulhei e o perdi momentaneamente, pois ao verem as estrelas vermelhas em minhas asas, a flak disparou insana contra minha aeronave. E quando vi novamente, os rastros de fumaça dos dois motores Jumos, encontrei o Rato fazendo uma curva a esquerda para voltar a strafar nossas tropas,

- Pqp por que eu não trouxe foguetes (murmurei).

O piloto desertor deve ter se assustado, ao dar de frente com um avião engajando ele. Mas, confiante em sua velocidade e poder de fogo, veio HTH comigo.


Aparentemente ele estava longe e demorei a atirar, vi o fogo em seus canhões, e senti um tranco em meu avião quando ele passou rapidamente logo acima. Meus tiros não acertaram, meu avião começou a virar para a esquerda, testei meus ailerons e leme e tudo respondia, mas quando testei o profundores , quase estolei, olhei para trás e me espantei de ainda estar voando, pois o profundor do lado esquerdo havia sido arrancado, e tinha também um buraco feito por um dos obuses de 30mm na asa esquerda.

Decidi o mais rápido possível, se corre o bicho pega, se ficar ainda tenho alguma chance. De olho no Rato, fiz a curva a esquerda, subindo como podia. ele curvou e ao invés de aproveitar sua ampla vantagem em velocidade e razão de subida, achou que eu já estava liquidado e desceu em HTH novamente, desta vez eu suando já estava com os dedos nos gatilhos, baixei o nariz um pouco, e quando quase podia tocá-lo,




cabrei o nariz e atirei com tudo, ele errou pois não esperava minha manobra e eu com um tiro de sorte, acertei a turbina esquerda que incendiou imediatamente.


Curvei novamente atrás dele, ele fez uma inversão e mergulhado conseguiu apagar o fogo. recuperou rente ao solo e com uma ampla curva foi em direção as suas linhas e base.

Meu avião muito danificado puxava para a esquerda, mas eu não podia deixar esta ameaça a salvo e fui atrás dele até bem próximo a sua base, quando ele com o motor em chamas novamente, tentou pousar na grama de um pasto. Como o 262 demanda uma comprida pista de concreto, ele quicou no pasto e quebrou o trem no segundo toque, vindo a capotar e explodir.
                 









Satisfeito e suando muito, continuei lutando para não cair, pois estava em território inimigo e não queria ser fuzilado como espião.

30 minutos depois com escolta de Falke e Josphe pousei em nossa base. Todos admirados pela resistência do YAK-9 russo.