Janeiro de
1945 –
Mais um ano
de guerra chegava ao fim. Sentado na sala do Comandante da base aérea de
Gross-Ostheim (Bavária), tragava um charuto e degustava um conhaque para
esquentar o frio.
O General
amaldiçoava o inverno e também agradecia a ele por conter o avanço dos aliados
no oeste. A Wermach atacava pelas Ardenas e com o mal tempo os caças
bombardeiros inimigos deixavam nossas tropas em paz.
- Coronel
Mutley, mande o pessoal para o descanso, com o retorno das refinarias ao
trabalho, recebemos um suprimento de combustível, amanhã teremos um longo dia.
- Sim
senhor, pode adiantar alguma coisa?
- Não nada
até o momento, é ultra-secreto.
- Boa noite
senhor e feliz ano novo.
Deixei o
velho com sua amargura e fui para o hangar dormir sob a asa do meu Messerschmitt,
a esta altura não tínhamos mais alojamento. Deitado na cama de campanha com o
frio as dores na coluna voltavam a incomodar, ainda reflexo do meu último pouso
forçado. Tentava conciliar o sono.
As 05:00h da manhã primeiro dia de 1945 fomos acordados pelo estafeta.
-
Comandante reunião em 30 minutos na sala do Comando.
- HUMMM ok,
nem barba tenho feito mesmo.
Nossa querida Força Aérea Abutres, continuava com dois Grupos, o Grupo de Caças, comandado pelo Tenente Coronel Sipoli equipado com BF-109 G14
e o Grupo de bombardeiros comandado pelo Coronel Pasfar, que devido a falta de bombardeiros, havia sido transformado em Grupo de Caças Bombardeiros equipados com FW-190A9.
Eu ( A00),
Sipoli(A01) e Pasfar(A02) seguimos para receber a ordem do dia.
Ao nos apresentarmos junto com os oficiais Superiores dos outros Esquadrões, o General iniciou suas colocações e a leitura da missão para o dia 1 de janeiro de 1945.
- Senhores,
realizaremos hoje a operação Bodenplatte, mais de 800 caças decolarão de nossas
bases na Alemanha e atacaram 16 bases Aliadas, na Bélgica, Holanda e França.
Será o maior ataque conjunto feito por nós no front oeste.
- Nosso
intuito é de retomar o espaço aéreo acabando com a força aérea tática dos Aliados,
assim a Wermarch poderá prosseguir com seu ataque e empurrar os Aliados até
Dunquerque novamente.
Arregalamos
os olhos sem dizer uma palavra, mas em nossas almas sabíamos que era uma missão
de onde muitos não retornariam. Será que o OKL estava tão desesperado assim,
lançando suas últimas reservas em um único ataque?
- Sim
senhor estamos prontos(respondi).
- Certo,
Pasfar como os FW´s tem mais autonomia, cada um leva uma bomba de 250kg, para
destruir tudo que for possível em solo, principalmente os caças aliados que
estiverem pousados. E depois metralhe o campo até acabar sua munição,
retornando a base.
- Sipoli
leva os BF´s com um tanque suplementar, fica de escolta aos FW e derrube quem ousar levantar voo,
depois escolte os Fw´s na volta.
- Mutley
coordena o ataque e na volta marque as coordenadas dos que não conseguirem
retornar, assim poderemos tentar o resgate. E continuou pagando as missões dos
outros esquadrões.
Batendo com a bengala no mapa, apontou nossa base e uma seta seguindo até a base de Arch na Bélgica, onde nossa unidade atacaria.
Chegamos ao hangar e passamos as ordens ao pessoal de manutenção, para preparar os aviões, nos reunimos com os pilotos e passamos nossas ordens.
Formação de combate Força Aérea Abutres
Comandante Mutley,
ala Falke voando BF 109 G14
1º Grupo de caças equipados com BF 109 G14
Sipoli, Fred, Firagi, Rubens, Thomas, Eject, Deadly, Sseal, Monteiro
e Biber.
2º Grupo de bombardeiros equipados com FW 190
A9
Pasfar,
Viguel, Madog, Josphe, Zoiudo, Sorrentino, Gege, Marcos, Daniel e Wilker
Decolaríamos
em 22 aviões, estávamos reduzidos a 22 pilotos, se nosso mascote Rabugento soubesse
pilotar, ele também seria escalado para a missão.
Café terminado as 08:00h vestimos nossas roupas de voo, decolamos as 09:00h rumo noroeste para a Bélgica, depois de muitos dias de tempo ruim, finalmente tínhamos um dia bom.
Voamos a 120m de altura por 220km, Falker era meu ala.
Quando
chegamos às proximidades do alvo, subimos todos, o 2º Grupo do Coronel Pasfar
subiu até 2500m para mergulhar e lançar as bombas de 250kg. Os dez BF`s do
Sipoli ficaram a 500m para pegar algum caça decolando eu e Falker ficamos a 2k
para coordenar os ataques.
Quando
terminei de subir comecei a circular o campo de aviação inimigo, e como
esperávamos a flak aliada ainda comemorava a passagem de ano.
- Pilotos de BF, drop your babys. ( ejetar os tanques de combustível suplementar).
- A00, 2º
Grupo em posição( Informou o Pasfar).
- A00
ciente.
- A00, 1º
Grupo em posição ( Informou Sipoli)
- A00
ciente.
- A02,
ataque Já!
- 2º Grupo
mergulhando, voo picado agora! (Comandou o Pasfar).
Em
sincronismo perfeito um por um os 10 FW fizeram a inversão e mergulharam
escolhendo seus alvos.
Foi neste ponto da missão que a voz que acompanha todo guerreiro começou a questionar.
-Tá calmo
demais, presta atenção( a voz em minha cabeça), aguarde o inesperado, olhe em
volta.
O Campo era
em forma de cruz e Pasfar atacava no sentido leste oeste. Na ponta sul da pista
uma esquadrilha de 12 P-51 preparava para decolar de frente para o vento que
vinha do norte, até ai tudo bem tava no papo.
A batalha
começou, não tinha como deter o Pasfar, e as bombas dos FW caíram sobre
hangares e a flak. Despertando todo o torpor no campo, nos pilotos aliados e em
nós mesmos, da calma manhã que tínhamos até então nada mais restava. No solo a
correria se espalhou.
Quebrei o silêncio rádio e informei aos líderes de grupo a situação.
-A00 para
A02, 2º Grupo, após jabar (lançar as bombas)suba para 3k, grupo de P-47 se
aproximando do norte. Peguem estes
caras.
- Ciente(
respondeu Pasfar)
- A00 para
A01, vários P-51 decolando da cabeceira sul, 1º Grupo ataque Já.
- Ciente (
respondeu Sipoli)
-A00 para
A09(Falker), vamos mergulhar nos P-47, para distraí-los.
Eu e Falker
fizemos a inversão e mergulhamos atrás de dois P-47, que mergulhavam para ir
atrás do Sípoli e Fred. Não conseguimos chegar perto, as 9 toneladas dos P-47
que já haviam alijados as bombas ganhavam muito mais velocidade comparadas as
duas toneladas dos nosso BF´s.
Sipoli e
Fred acabavam de pegar dois P-51 que estavam decolando.
- Sípoli e
Fred inimigo na six, tesoura neles para aproximarmos.
Os P-47D
não eram aviões de curvas como nossos BF´s, eram aviões de energia, com as
tesouras de Sipoli e Fred, ficou muito fácil ficar em vantagem.
Com os P-47
tentando acompanhar as Tesouras de Sípoli e Fred, Eu e Falke chegamos neles e
com rajadas de 2 segundos danificamos e colocamos fora de combate, aproveitando
a velocidade do mergulho subimos para ganhar vantagem novamente.
O Rádio estava um inferno, pedidos de ajuda surgiam junto aos gritos de horrido dos que tinham suas vitórias.
Pasfar, Viguel
e Sorrentino abateram mais alguns P-47,
com seus poderosos 4 canhões de 20mm.
- Olhei
para trás e lá em baixo Maddog e Josphe estavam em apuros com os P-51 em seu
encalço. Mas logo Deadly, Thomas, Eject e Gege chegaram para livrar seus
amigos.
- Ordenei
retirada e rumar para o ponto de encontro.
A Flack
inimiga iniciou o seu trabalho. E alguns dos nossos foram derrubados.
E assim retornamos para casa, com o gosto amargo de quem perde amigos em combate, e a certeza de que o fim se aproximava.
Nota do autor: A operação Bodenplatte foi um fracasso, os Alemães destruíram 144 aviões e danificaram 62, para isto perderam 200 aviões e pilotos que não poderiam ser repostos a esta altura da guerra. Sofrendo inclusive perdas por fogo amigo, onde a própria Flak Alemã que guarnecia as bases das bombas V2 e que não fora informada sobre a passagem de seus caças, derrubou vários deles.
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