sábado, 19 de novembro de 2011

Cap. 9 -Missões de ataque a navios.

Para começar esta história cabe salientar que o principal objetivo da Abutres (estou pensando em chamar de Warbutres rsrsrs) é se divertir e não se stressar, ontem a noite saí em duas missões para brincar.

Vou tentar contar estas duas histórias de um modo mais legal.

Era tarde, sol, meio frio nesta época do ano, mas o sol estava a pino, 11:00AM, comi algo leve no rancho, vesti o macacão e as botas, a 3000m deve estar muito gelado, vou levar o casaco pensei, ainda bem, o frio era cortante a 3.000m.


Fui informado pelo comando da base que um comboio de navios alemães estavam próximos de nossas bases no norte, e que por estarmos próximo da fronteira poderiam ser atacados por aviões russos.

PE2

A inteligencia havia confirmado que haviam 4 aviões russos modelo Petlyakov Pe-2 em voô cerrado e baixo. Fui designado para voar um BF110 com cannon pod nas asas... se os encontrasse estariam perdidos.

Os mecânicos da base logo o reabasteceram, armaram e o aprontaram, fiz o check de take-off, pedi ao Gunner para tomar sua posição...



Na primeira das duas missões de ontem saí conforme informado pelo comando, equipado com um BF110, fui rumo NO em direção ao comboio, ao encontrá-los fiquei sobrevoando o alvo que os reds poderiam atacar, pois eles tinham um comboio de navios para atacar e haviam 4 PE2 em voô, com certeza iam para lá, fiquei sobre os alvos entre as nuvens a 1000m por mais de 20 minutos, mas eles não chegaram, informei ao comando que me pediu para pegar o mapa e olhar nossos alvos, ordem para proa 130 e ir estrafar o porto, estrafar? pensei... ordem são ordens! E resolvi tentar dar orgulho a mãe pátria! Fui sozinho para o porto inimigo, com canhões nas asas... já pensando em ter mais uma medalha no meu peito!



O BF110, voo nivelado com os cannon pods atinge facilmente 450km/h, ele parece ser mais rápido que o BF109E4... me lembro de em missões anteriores ver vários PE2 fugindo do meu BF109 a mais de 400km/h... acredito que uma melhor estratégia seria caçarmos PE2 com alguns BF110 e não caças puros.

No caminho para o porto voando a 200m em território inimigo me surpreendo... checando a six em intervalos regulares sou pego por um DOT baixo nas minhas 4h, a uns 5km... 100 metros de altura, "mas que coisa" pensei, "seria um dos PE2 voltando?"

Proa para o DOT, ao chegar perto com o canhões pareciam chamar minha mente para apertar o gatilho, pareciam até estar tremendo de vontade de gritar... as minhas mãos suando, o Gunner em silêncio total... parece que se passaram 2 horas naqueles 500 metros, enfim reconheço a silhoueta, "ufa" um HE111 com sua camuflagem típica, nariz envidraçado, impossível não reconhecê-lo... parecia estar indo ao porto também...

Nos conversamos rapidamente pelo rádio, e o piloto do HE111 confirma estar indo ao porto, começamos a voar próximos, mas como meu avião era mais rápido acabei indo para minha proa em uma espécie de escolta adiantada.

Passados alguns minutos achei o alvo, subi uns 1000m para poder mergulhar em velocidade e sofrer menos estragos, fui estrafar de BF110 com cannon pod de 20mm, vi vários encouraçados, mas é impossível afundar um encouraçado com canhões... localizei um alvo menor, mais longe do porto, ajustei a mira e mergulhei com toda a aceleração, estrafei em três passagens, mas não era um navio, era um submarino!!!!

Infelizmente não haviam cargueiros só grandes encouraçados, fáceis de acertar mas impossíveis de afundar, por isso fui para o submarino mesmo, um alvo diminuto no oceano, mas era um alvo!


Acertei vários tiros, mas acabei batendo, esbarrei em uma antena da torre de um dos navios, bobeira... perdi o controle, meu gunner gritava desesperadamente no rádio, informava que havíamos levado uns belos tiros de canhão na cauda... por isso não conseguia ter o domínio da aeronave, e acabamos caindo no mar... perdi meu avião.

Como estaria meu gunner? Procurei desesperadamente, pareciam dias procurando, mas deve ter sido uns 30 segundos, vejo que ele estava do outro lado do 110, havia saído do canopy sem ferimentos. Satisfeito por não perder um companheiro fiel mas P da vida... meu BF110 afundava lentamente... mas é a vida, aliás, é a morte.

Boiando em nossos salva vidas ainda pude ver o HE111 acertar seus dois torpedos em um encouraçado, que orgulho! Com certeza o piloto do Henkel informou nossa queda e posição pois acabamos sendo resgatado por bravos marinheiros em suas lanchas rápidas, ainda bem que estavam por perto o mar estava congelando.

Barco de resgate


Fiquei sabendo que os Russos recuperaram meu avião, a inteligencia conseguiu uma foto (acima), é... realmente a vida de piloto de caça bombardeiro não é fácil, reparem nos buracos na cauda... não é a tôa como se perde eficiência no voô após tomar uns tiros.

Na segunda missão fui designado para ir de Ju88A-4 (não era o torpedeiro), questionei o porque dessa escolha e fui informado que se algum avião de reconhecimento, ou algum olheiro em solo me reconhecesse e informasse aos russos eu teria meu objetivo facilmente descoberto se estivesse com o torpedeiro, "claro, óbvio".

O voo em baixa altitude é estressante, mas interessante, você nunca perde a concentração.




Minha tripulação se preparou e tomou suas posições, ser piloto de um bomber envolve uma força mental muito alta, são 4 pessoas no mesmo avião, quatro pais? Quatro filhos? Quatro seres humanos!

Recebemos a ordem para decolagem, os dois torpedos 350W estavam prontos, armados. Tiro verde para o alto, autorizados: decolamos e voei navegando a baixissima altura, cerca de 200m, sem encontrar nenhum RED, chegamos ao alvo, o gunner me informou que o melhor alvo era o submarino... ele ainda estava no porto, com certeza sofreu avarias da missão com o BF110, passamos em baixa altura e pouca velocidade, cerca de 120m e 290km/h, ambos os torpedos foram soltos no submarino, mas não recebi confirmação do bombardeiro, nem de que haviam quebrado, muito menos de que estavam a caminho do alvo, meus gunners não puderam ver, fiquei chateado, não ouvimos e nem vimos as explosões, será que erramos? É a vida... retornamos para a base.

Agora pela manhã fui informado pelo commando que aviões de reconhecimento confirmaram que havia um submarino destruído no porto! Por algum motivo o submarino afundou... não sei como foi afundado, mas é um submarino a menos!

Foto do reconhecimento aéreo.

Fiz o relatório do voô: O Ju88 A4/torpedeiro leva vários tipos de torpedos que precisam ser soltos a um pouco mais de 100m e a aproximadamente 300km/h, enquanto no Ju 88 A4 só existe o torpedo modelo 350W, ele é diferente até no desenho... não tive resposta quando os soltei, portanto não recomendo irmos com essa configuração de Ju88 A4 com Torp 350W, melhor seria eu ter ido de HE111 com os dois torpedos mais comuns.

Quero a medalha Comandante!

HORRIDO!

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SubCo Esq Abutres
Co 1º/1º grupo de caça Abutres
Major Sípoli

Um comentário:

  1. Caramba Sípoli, muito real e emocionante a tua narrativa, creio que vc é sério candidato ao Abutre de Ouro!

    Será o premio para a melhor narrativa a ser votada huhuhuhaaa

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