quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cap. 47- BlitzKrieg, a caminho de Dunquerque

Maio de 1940.

  Após a invasão da Polônia ( 1º de setembro de 1939), onde quase não vimos aviões para combater, Eu então ainda Major, comandava o Grupo de Aviação Abutres, que era uma força praticamente independente, formada por três esquadrões.

Esquadrão de caças, comandado pelo Capitão Sípoli, esquadrão de Bombardeiros comandado pelo Capitão Pasfar e o de transporte comandado pelo 1º Ten Maddog.

Tivemos uma participação muito discreta, derrubando alguns aviões poloneses PLZ que não eram páreo para nossos Mersserschmitt 109. Passamos a escoltar o esquadrão de bombardeiros com seus HE 111, ou com bombas de 250kg ajudando os Stukas, na Blitzkrieg.
Bf 109E carregando uma bomba de 250 kg.
Com as declarações de guerra da Inglaterra e França, as proporções da Guerra mudaram, deixava de ser apenas contra um país despreparado, para enfrentarmos nações que somadas tinham o dobro do nosso potencial.

Nós da Abutres vivendo nesta atmosfera desde a primeira grande guerra. Nos adaptávamos rapidamente a sequencia de mudança que nos eram exigidas.

Sem notícias de casa já a algum tempo, não tivemos tempo para nada, quando fomos deslocados para as invasões da Dinamarca e Noruega( 09 de Abril de 1940) em que tivemos os primeiros combates aéreos contra os pilotos franceses e ingleses com seus Hurricanes e Dewoitines. Onde saímos vitoriosos graças a nossa velocidade de deslocamento e a superioridade temporária de nossos aviões.

Após a Noruega, retornamos a Alemanha, para reequipar, recompor e descansar. Após um período de licenças, voltamos a nos reunir na base aérea onde receberíamos uma nova leva de Emils ( BF-109 E1).

Mas além de novos aviões outra surpresa me esperava. Estava despachando a documentação, solicitando suprimentos para a operação Fall Gelb ( Invasão da França), quando entram na sala o staff de  oficiais da Abutres, Sípoli, Pasfar, Fred e Maddog.

- Permissão Comandante?

- Concedida, a vontade.

- Pois não senhores.

- Comandante temos uma novidade.

- Vamos a ela, não temos tempo para cerimônias.

- Cadete Eject, adiante.

Quando olhei, arregalei os olhos ao me deparar com aquele jovem. Franzi a testa e quando ia começar a esbravejar. o Jovem falou.

- Pai, desculpe, Comandante.

- Sim senhor o que significa isto?

O Capitão Pasfar tomou a palavra.

- Calma Mutley, antes de qualquer coisa deixa o garoto falar.

Até então, meu filho estava cursando engenharia e não tínhamos nenhum plano de alistá-lo.  E ai começou a narrativa.

- Pai, eu e meus amigos da faculdade de engenharia, resolvemos nos alistar escondidos no Exército, sabendo que o Sr. não aprovaria o meu alistamento. Mas quando o os tios descobriram, foram lá e me sequestraram nas fileiras do Exército, e disseram que era melhor ficar sob as vistas deles.

- E aqui está ele! ( disse o Maddog com um sorriso forçado).

Cerrei os dentes, contei até 10, andei de um lado para o outro quase explodindo. Os três entenderam e saíram, ficando apenas eu e meu filho. Olhei para ele e disse.

- Sim senhor, cadete. Da um abraço aqui no teu velho. Vamos ter que contar para sua mãe. Ela vai entender.

- Outra coisa! De hoje em diante terá que me chamar de Comandante. Apresente-se ao Capitão Maddog. Dispensado.

Após alguma reflexão, só me restava escrever para minha esposa contando esta novidade. E dar boas gargalhadas com tudo isto.

Na manhã seguinte, pude ver o Maddog, Pasfar e Sípoli instruindo os novos cadetes. Como as academias de aviação estavam cheias e demoravam a completar nossos quadros, nos foi permitido treinar alguns cadetes, os que não tivessem sucesso, passavam para a flak. Pensei ao ver meu filho sentado perto do JU-52, dos males o menor.

- Sípoli, agora me explique por que o nome de guerra dele é Eject.

- Bem Mutley, depois que vc contou como um de nossos pilotos morreu por não conseguir pular de para-quedas, ele e o amigos trabalhavam em um projeto de um acento ejetor. Acho até que vou ajudá-los quando a guerra acabar.

E assim estava batizado mais um Abutre.

Como a guerra não espera. Na semana seguinte estávamos operacionais, e os novos cadetes voando como co-pilotos nos Ju-52.

Seguimos com a invasão da Bélgica, Holanda e França.
Os temidos Fallschirmjäeger da Luftwaffe em ação.
Tendo nesta parte da guerra, uma missão em que o GAV Abutres participou com todos os meios. o objetivo era a tomada da última grande base aérea na região de Dunquerque onde a BEF estava acuada. E mesmo sendo atacados pelo melhor caça que já havíamos nos deparado, o Spitfire, nosso esquadrão de JU-52, se saiu muito bem lançando para-quedistas sobre a base, realizando as primeiras manobras de Slaceback. Em que o JU-52 com as portas abertas, sobe sobre o alvo até estolar e enquanto isto os Para-quedistas vão saltando, com quase nenhuma dispersão.

Missão Cumprida, base tomada.




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