Maio de 1940.
Após a invasão da Polônia ( 1º de setembro de 1939), onde quase não vimos aviões para combater, Eu então ainda Major, comandava o Grupo de Aviação Abutres, que era uma força praticamente independente, formada por três esquadrões.
Esquadrão de caças, comandado pelo Capitão Sípoli, esquadrão de Bombardeiros comandado pelo Capitão Pasfar e o de transporte comandado pelo 1º Ten Maddog.
Tivemos uma participação muito discreta, derrubando alguns aviões poloneses PLZ que não eram páreo para nossos Mersserschmitt 109. Passamos a escoltar o esquadrão de bombardeiros com seus HE 111, ou com bombas de 250kg ajudando os Stukas, na Blitzkrieg.
Com as declarações de guerra da Inglaterra e França, as proporções da Guerra mudaram, deixava de ser apenas contra um país despreparado, para enfrentarmos nações que somadas tinham o dobro do nosso potencial.
Nós da Abutres vivendo nesta atmosfera desde a primeira grande guerra. Nos adaptávamos rapidamente a sequencia de mudança que nos eram exigidas.
Sem notícias de casa já a algum tempo, não tivemos tempo para nada, quando fomos deslocados para as invasões da Dinamarca e Noruega( 09 de Abril de 1940) em que tivemos os primeiros combates aéreos contra os pilotos franceses e ingleses com seus Hurricanes e Dewoitines. Onde saímos vitoriosos graças a nossa velocidade de deslocamento e a superioridade temporária de nossos aviões.
Após a Noruega, retornamos a Alemanha, para reequipar, recompor e descansar. Após um período de licenças, voltamos a nos reunir na base aérea onde receberíamos uma nova leva de Emils ( BF-109 E1).
Mas além de novos aviões outra surpresa me esperava. Estava despachando a documentação, solicitando suprimentos para a operação Fall Gelb ( Invasão da França), quando entram na sala o staff de oficiais da Abutres, Sípoli, Pasfar, Fred e Maddog.
- Permissão Comandante?
- Concedida, a vontade.
- Pois não senhores.
- Comandante temos uma novidade.
- Vamos a ela, não temos tempo para cerimônias.
- Cadete Eject, adiante.
Quando olhei, arregalei os olhos ao me deparar com aquele jovem. Franzi a testa e quando ia começar a esbravejar. o Jovem falou.
- Pai, desculpe, Comandante.
- Sim senhor o que significa isto?
O Capitão Pasfar tomou a palavra.
- Calma Mutley, antes de qualquer coisa deixa o garoto falar.
Até então, meu filho estava cursando engenharia e não tínhamos nenhum plano de alistá-lo. E ai começou a narrativa.
- Pai, eu e meus amigos da faculdade de engenharia, resolvemos nos alistar escondidos no Exército, sabendo que o Sr. não aprovaria o meu alistamento. Mas quando o os tios descobriram, foram lá e me sequestraram nas fileiras do Exército, e disseram que era melhor ficar sob as vistas deles.
- E aqui está ele! ( disse o Maddog com um sorriso forçado).
Cerrei os dentes, contei até 10, andei de um lado para o outro quase explodindo. Os três entenderam e saíram, ficando apenas eu e meu filho. Olhei para ele e disse.
- Sim senhor, cadete. Da um abraço aqui no teu velho. Vamos ter que contar para sua mãe. Ela vai entender.
- Outra coisa! De hoje em diante terá que me chamar de Comandante. Apresente-se ao Capitão Maddog. Dispensado.
Após alguma reflexão, só me restava escrever para minha esposa contando esta novidade. E dar boas gargalhadas com tudo isto.
Na manhã seguinte, pude ver o Maddog, Pasfar e Sípoli instruindo os novos cadetes. Como as academias de aviação estavam cheias e demoravam a completar nossos quadros, nos foi permitido treinar alguns cadetes, os que não tivessem sucesso, passavam para a flak. Pensei ao ver meu filho sentado perto do JU-52, dos males o menor.
- Sípoli, agora me explique por que o nome de guerra dele é Eject.
- Bem Mutley, depois que vc contou como um de nossos pilotos morreu por não conseguir pular de para-quedas, ele e o amigos trabalhavam em um projeto de um acento ejetor. Acho até que vou ajudá-los quando a guerra acabar.
E assim estava batizado mais um Abutre.
Como a guerra não espera. Na semana seguinte estávamos operacionais, e os novos cadetes voando como co-pilotos nos Ju-52.
Seguimos com a invasão da Bélgica, Holanda e França.
Tendo nesta parte da guerra, uma missão em que o GAV Abutres participou com todos os meios. o objetivo era a tomada da última grande base aérea na região de Dunquerque onde a BEF estava acuada. E mesmo sendo atacados pelo melhor caça que já havíamos nos deparado, o Spitfire, nosso esquadrão de JU-52, se saiu muito bem lançando para-quedistas sobre a base, realizando as primeiras manobras de Slaceback. Em que o JU-52 com as portas abertas, sobe sobre o alvo até estolar e enquanto isto os Para-quedistas vão saltando, com quase nenhuma dispersão.
Missão Cumprida, base tomada.
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