Capítulo 41 - Manhã Fria em Bastogne

A 1° Missão.

Hoje acordei as 04:00 am, madrugada gelada em Bastogne, não era de se esperar melhor temperatura ao decorrer do dia, o frio aqui é sempre intenso nessa época do ano.

Antes de começar as missões do dia, passo na cozinha e peço a um dos cozinheiros para me preparar o lanche da manha, após minha refeição visto a roupa apropriada para voar neste frio, corro até minha aeronave que já estava pronta para a missão, iríamos fazer as clássicas patrulhas, mas dessa vez irei patrulhar as linhas de combate em terra, com intenção de proteger nossas tropas dos possíveis ataques dos mortais P-47 e Spitfire.

Junto comigo iria o Cadete Helmut, os nossos BF-109G10 foram equipados com um tanque suplementar e com apenas 40% de combustível no tanque principal, uma forma nos proteger dos Spitfires que curvavam bastante, essa tática funcionava mais ou menos assim:

A aeronave deveria voar com um taque suplementar cheio e com o tanque principal com apenas cerca de 20 a 40% de combustível, e quando fosse necessário entrar em combate, o tanque suplementar deveria ser solto, deixando o avião mais leve para o combate e podendo fazer curvas mais fechadas, mas o maior dos problemas era o tempo curto que tínhamos no ar após a ejeção do tanque.

No começo a ideia não foi muito bem vista pelos nossos comandantes, pois não esbanjávamos  combustível para ficar desperdiçando assim, mas do contrario iria exigir muito mais esforço dos pilotos em combate, muitos ainda eram inexperientes e poderiam ser abatidos facilmente em um descuido.

Eu já estava dentro da aeronave, meu mecânico ajudou a verificar todos os equipamentos para o voo, com o motor já aquecido demos a partida, dessa vez fiquei bem atento aos painéis e prestando atenção em todos os ruídos do motor, para não acontecer como da ultima vez, quando decolei com uma aeronave problemática.

As 05:00 já estávamos no ar, Helmut voava nas minhas 4h cerca de 5m da minha esquerda, o ronco lindo e grave do seu Bf109 enchia meus ouvidos, o céu estava nublado mas não nevava, o dia ainda clareava lentamente, neste momento varias coisas passavam em minha cabeça, até me senti preso dentro daquela cabine na qual eu julgava ser “o meu lugar”, isso porque a neblina estava densa, e tudo ao meu redor estava branco, mas aquele cockpit me passava um estranho estado de segurança.

Quando cheguemos na linha de combate, o céu estava tranquilo e isso me deixou desconfortável, havia algo de ruim para acontecer, mas em terra era diferente, pois o que poderia haver de pior já estava acontecendo lá embaixo, lá de cima consegui ver algumas explosões e varias traçadoras saindo em meio as arvores, decidi ficar mais alto, talvez acima das nuvens haja alguns inimigos distraídos, com o céu mais limpo Helmut abre a minha direita e voa a cerca de 400m de mim, o raio de curva do nosso BF109 na velocidade em voávamos, poderíamos um proteger ao outro em casa de contato com inimigos..

As 06:00h o tanque suplementar estava vazio, avisei ao Helmut para largar o tanque e retornar para a base, até o sol já brotava no horizonte com uma extrema beleza em meio as altas nuvens, até me distrai por alguns segundos o observando e quando voltei a mim estava com um avião que se aproximava rapidamente em minha frente, avisei o Helmut que ainda não o havia visto, destravei minhas armas e acendi o colimador, em sua passada não consegui reconhece-lo por causa dos vidros borrados pelo embaçamento, mas reconheci o som do seu motor, era um Spitfire, e quase automáticamente dei potencia máxima no motor e fiz uma forte curva para esquerda, a força centrifuga foi tão forte que meu corpo por inteiro doeu nessa hora, Helmut esta na minha direita e nada poderia fazer neste momento, dei ordem para ele subir e me proteger, cruzei novamente frente com o spitfire, dei um pouco de pedal a esquerda e escorregando com meu BF consegui atingi-lo próximo ao radiador, logo abaixo da asa direita, Helmut estava se aproximando para fazer seu ataque enquanto me preparei para ir a direita, mas percebendo a armadilha o spitifire mergulhou entre as nuvens, fizemos a mesma manobra para tentar segui-lo, mas seria perigoso, pois não teríamos combustível suficiente, ainda ansioso fomos direto para a base.

Na volta fiquei bem atento ao meu redor, mesmo voando completamente entre as nuvens, Helmut fazia alguns S nas minhas 6h procurando inimigos.

Conseguimos pousar com tranquilidade, o único problema foi que o meu motor apagou na hora de taxiar por falta de combustível, rebocamos o BF até próximo da barraca de manutenção.

2º Missão

Meu pouso tinha sido cerca das 07:15h e as 07:45h eu já me preparava para a próxima missão, o sol se abrira um pouco, e não estava tão gelado quanto de madrugada, mas ainda preferia estar dentro do BF109 do que preso ao chão de terra da base.

Eu deveria decolar as 08:00h e fazer um ataque em solo a alguns veículos de carga de munição, que estavam além da linha de combate, cerca de 50km dentro do território inimigo.

Pedi ao mecânico para preparar a aeronave, remuniciá-la e colocar em sem ventre uma bomba de 250kb e com 70% de combustível interno, o avião do Helmut foi configurado identicamente ao meu.

Decolamos sem maiores problemas e as 08:15 já estávamos sobre a linha de combate, mas uma coisa continuava a chamar minha atenção, o brilho das traçadoras passando entre a densa floresta... O ambiente lá embaixo continuava terrível, mas levei não podia perder a concentração, deveria prestar atenção ao meu redor que deveria estar infestado de P-47 e Spitfires.

Voando em linha reta, Helmut dessa vez na minha esquerda, 400m, encontro um pequeno posto com vários veículos e algumas barracas, pensei comigo mesmo – Deve ser ali. Aviso ao Helmut que assume posição de ataque ao solo ao meu lado, descemos.

Primeiro só passei observando o local, no qual não encontrei reação em terra, mas quando fiz uma curva para a direita, escutei um grande estalo na fuselagem, o susto foi tão grande que acabei batendo a cabeça no canopy, imaginei que havia colidido com o Helmut, mas pude vê-lo voando a 20m na minha direita, com certeza fui atingido, pude ver o amassado na minha esquerda próximo ao ombro, o tiro só não me acertou pois fui protegido pela blindagem do cokpit, continuei minha manobra a direita, e fizemos um mergulho com se fosse em voo picado, mas acabamos lançando a bomba em nível por pouca altitude na hora do ataque.

Ao passar, levantei o bico da aeronave a quase 45º e dei força máxima no motor para fugir dos tiros. Subimos até 1.000m de altitude, avisei ao Helmut que iríamos estrafar e mergulhei para a esquerda já com as armas destravadas e colimador aceso, fizemos um mergulho direto nos caminhões que estavam corretamente alinhados em minha frente, um do lado do outro, eram cerca de cinco, todos sujos de lama, mas os reconheci pela estrela branca em seu capô, Helmut entra nas minhas 6h e se afasta cerca de 100m, passei disparando a 50 metros dos alvos, meus tiros batiam no chão e lançavam toda a terra para o ar, explodiam e alguns chegavam a ricochetear e voltavam a subir, era de certa forma formidável ver aquilo, até começar atingir os caminhões e vê-los desmontando e explodindo, acabei passando por outro susto ao passar por cima deles e  sentir todos os seus estilhaços baterem em minha aeronave, com medo que ela fosse seriamente danificada subi novamente com asas riscando o céu, olhei para traz e percebi que ainda restavam quatro caminhões que foram poucos alvejados mas que já pegavam fogo enquanto isso varias pessoas corriam para as arvores, enquanto outras disparavam em direção ao Helmut que havia pego três caminhões.

Pude notar que lá embaixo havia um bunker, tiros saim em minha direção, seus projeteis de .50 vinham em nossa direção mas por sorte minha eles não eram muito bons de mira, fizemos um mergulho a esquerda, nem prestei atenção em mais nada além do meu alvo, tive a amarga sensação de ter que disparar diretamente nele com todas minhas armas, uma longa rajada. O medo aflorou em mim, talvez só de pensar que se eu fosse atingido meus familiares não teriam um corpo para enterrar, mesmo passando por várias experiencias de combate como quando abati alguns F-4U Corsair no Japão com o incrível mas frágil “Zero” sobre o pacifico, o medo era um companheiro fiel.

A cena foi aterradora, ver todos os meus projeteis atravessarem a sacolas de areia e explodirem por dentro do buncker atingindo o paiol de munição provocando enormes explosões, no final o buncker já estava toda destruído, mas os destroços acabaram trincando o vidro dianteiro do BF do Helmut que ficou sem poder usar o colimador.

Ao terminar minha missão pegamos rumo em direção a base em baixa altitude proa 090, reservei alguns segundos de munição para caso precisemos, na volta olhei para traz vendo que minha bomba não funcionou, devo ter passado tão baixo que ela deve ter sido enterrada e não explodido, para sorte dos soldados que nas barracas descasavam.

Passamos pela primeira montanha, que escondia uma pequena vila coberta pelo gelo, era pequena mas tinha casas grandes, podia se ver fumaça saindo pelas chaminés e até alguns moradores caminhando por lá, quando um grito do Helmut me avisa que uma aeronave passava por trás da torre da igreja, o piloto parecia meio que sem rumo, mas acho que ia para proa 180, ele estava cerca de 300m a nossa direita, o sol nos protegia, precisei conter o entusiasmo do Helmut, precisaríamos ter a melhor posição, fomos em baixa altitude para persegui-lo, tentando ficar abaixo do campo de visão do piloto. Primeiro vejo que é um bimotor, depois eu o reconheço, era um P-38, com a fuselagem toda cromada, seu reflexo quase se misturava com o branco das nuvens acima dele, era uma aeronave nova, com poucas marcas de desgaste, até fique impressionado com sua beleza, uma pena que terei que abate-la pensei eu. Helmut esta logo ao meu lado, se eu não a derrubar ele com certeza irá ganhar sua primeira vitória, tranquilamente o P-38 desfilava pelo ar, como se dançasse, pois ia de um lado para o outro desviando das elevações dos altos morros, consegui reparar tudo isso enquanto me preparava para disparar, e eu deveria se cauteloso, com pouca munição, qualquer erro seria fatal, Helmut nunca havia disparado contra outro avião.

Primeiramente nivelei com ele que já estava a menos de 200 menos de mim, um alvo fácil.

Faço os primeiros disparos, acertei sua asa e motor esquerdo, ele começa a inclinar para a esquerda e perder altura, mas o piloto acelera e mergulha para bem perto das arvores, um louco voando muito baixo, mas tentando usar a potência de seus dois motores para fugir, efetuo o segundo disparo, e acerto novamente sua asa esquerda, o projetil de meu canhão explode em sua asa que solta grandes pedaços de metal, sua asa começa a dobrar até ser arrancada, e lá se vai a bela aeronave para a sombria floresta. Ela se arrebenta entre as arvores mas mesmo em chamas não explode, imagino que o piloto não tenha sobrevivido, pois não daria tempo para ele saltar nem para daria para sobreviver ao forte impacto, Helmut confirma que não viu sinal de ejeção e me parabeniza pelo abate, gitando HORRIDO pelo rádio, ele pergunta que aeronave era imaginando ser um P-38 e confirmo.

Volto pensativo para a base, talvez a adrenalina do dia não foi o suficiente para me imaginar no lugar daquele piloto e como ficaria minha família ao saber que sumi em meio a uma guerra, mas logo retorno a prestar atenção em minha navegação, os casos de depressão em pilotos são altos, e eu não queria ser afastado de voar. Acabei me perdendo na navegação, mas seguindo um rio congelado sabia que perto dele estaria a minha base, quase acabei fazendo outro pouso de emergência por sempre me esquecer do combustível.

As 09:00 eu já estava no chão, chegando ao restaurante me encontrei com o Sípoli que por ali se distraia entre rosquinhas, café e um jornal, e em curtas frases lhe falei do P-38 que abati.

-Hoje, nas linhas inimigas acertei um P-38.

Surpreso ele respondeu:

–P-38? Na região de Bastogne? Não confundiu com um dos nossos “ME”? Se referindo aos nossos bimotores ME-410.

Com um pouco de indignação respondi eu:

-Não senhor! A calda do P-38 é fácil de identificar, além do seu cockpit em bolha... se esqueceu que já abati alguns quando voei para o Japão? Helmut pode confirmar.

- Ok Falke.- Respondeu ele meio desconfiado:
- Pegue o filme com o seu registro do combate, vamos analisar e registrar mais essa vitória na sua caderneta. Não se esqueça de indicar a quantidade de veículos destruídos também.

O filme era da câmera da minha asa, responsável para filmar as aeronaves que abati para conseguir provar minhas vitorias. Estava um pouco ruim de identificar a aeronave, pois faltava foco da câmera e o ambiente branco misturava com os reflecos da aeronave, eu mesmo não conseguia reconhecer o P-38 mas o Sípoli como veterano, aliás ele adorava derrubar os P-38, identificou o mesmo e já pediu para chamar o Mutley, que chegou já me dando tapas nas costas e me jogando um balde de água na cabeça:

-Parabéns Falke, o P-38 é um belo adversário, e explode bonito quando bate no chão. Rimos juntos, e eu tremendo de frio corri para me vestir com roupas secas.

Ainda eu não teria descanso, já me preparava para a próxima missão, a rotina cada vez ficava mais apertada

A 3º e última missão do dia.

Apos ter conversado com o nosso comandante do 1° grupo de aviação de caças, Ten Cel Sípoli, sobre minha vitória, ele me entregou o briefing da próxima missão, ele me disse para cancelar qualquer outra missão que eu tivesse sido designado para o dia e que eu tinha que estar pronto em 15 minutos.

A questão da urgência dessa missão é por que restaram poucas aeronaves de caça para escoltar os JU-88, e meu objetivo era literalmente esse, ocupar o lugar das aeronaves que faltavam.

Os junkers estavam voltando do bombardeio as cidades próxima a zona de combate, na teoria essas cidades tinham reservas de munição e combustível em locais específicos, o bombardeiro deveria ser certeiro.

O Comandante Mutley já estava no ar a cerca de 30 minutos e comunicava a torre sobre a situação dos junkers que estavam voltando, e imediatamente todos foram mandados para os céus, deveriam ir ao encontro dos junkers que precisavam de escolta.

Passei pelo refeitório e fiz outro rápido lanche, os mecânicos já sabendo da necessidade de minha presença no combate rapidamente prepararam minha aeronave novamente para o combate, ela foi municiada e com a quantia de combustível suficiente para 30 minutos de voo.

As 09:30 já estava no ar, voando a 4.000 metros indo em linha reta a 270 procurando por qualquer aeronave, o céu não estava totalmente aberto, mas dava para ver as florestas embaixo de minhas asas, algumas nuvens estavam altas, ótimas para caso eu precise fugir, Helmut novamente ao meu lado, bom garoto esse piloto.

Por alguns minutos eu não vi absolutamente ninguém, eu só escutava a interferência de minhas hélices no rádio, um ruído estranho que eu já havia me acostumado, faço uma curva de 20° a esquerda para desviar de uma nuvem,  e começo a contorna-la observando sua lateral que se deforma com o vento mas que parece uma pintura em aquarela.

Observo ao meu redor, e a direita um pouco mais baixo minha asa aponta para aeronaves que  dançavam sobre o ar e em meio as nuvens, aviso ao Helmut que as vê prontamente, voamos em direção a essas aeronaves, corto o motor e mergulho no último deles, quando um junker sai de uma nuvem cerca de 20m a minha direita, tomo o maior susto da minha vida, mas me recomponha rapidamente quando percebo que ele está sendo perseguido por um Spitfire, trato de subir novamente acelerando ao máximo o meu BF que cospe fogo de seus canos de descarga, toda a estrutura da aeronave treme, faço a subida, completo um immelmann e vou atrás do Spitfire, ele disparava como um desesperado contra seu alvo, suas longas rajadas hora acertavam e hora passavam longe do junkers que já parecia ter sido mastigado por um dragão.

Eu o ponho no centro de meu colimador quando um BF-109 desvia toda minha atenção passando a 2 metros de mim, quase colidindo, outro faminto por vitorias ao ponto de ariscar sua vida exageradamente,  suas longas rajadas cortavam todo o céu mas ele não conseguia atingir nada, e isso me fez perceber que ele deveria ser dos novos pilotos que não tinham nem 20 horas de voo, vinham direito de treino e eram colocados dentro de uma aeronave, ele larga o Spitfire mas eu continuo a perseguição do faminto inimigo, ele curva a esquerda sem inclinar suas asas e não cessa os disparos, eu começo a atirar por desespero também, minhas rajadas fumegam no céu e o acertam, disparo novamente com mais precisão e acerto seu motor, ele insiste em seu alvo até ver que logo cairá, já era tarde quando ele se vira totalmente e mergulha nas nuvens, fugindo dessa confusa dança.

O junkers já todo danificado começa a mergulhar para uma nuvem, mas não intencionalmente, de forma até melancólica vejo com todos os detalhes sua asa esquerda dobrar para cima e começar a flamejar, ela se arranca e a aeronave começa a se deteriorar em uma espiral, e segundos após mergulha já na forma de bola de fogo, reconheço a identificação pela calda A-02, e é claro que era do Comandante do 3° grupo de bombardeiros, e a única coisa que me aliviou naquela hora era que os paraquedas iam se abrindo uma a um,  mas vi apenas três paraquedas, onde estaria o terceiro, será que apenas não o notei? Não dá tempo de parar para procurar, volto a atenção para o spit.

Continuo a perseguição, o Helmut fica a cerca de 500m de mim, o céu esta coalhado de aviões e ele se confundiu, mas logo me achou, mergulho no spit efetuando vários disparos, as vezes a sorte esta ao meu lado, consigo arrancar o flap dele que sobe em chandelle, procuro subir meio longe dele, mas ele vem em minha direção, como sobem rápido esses aviões, sem tempo de resposta ela acerta a ponta de minha asa esquerda, abandono o combate tentando nivelar a aeronave sem desestabilizar, voo sem a ponta da asa com um pouco de dificuldade, mas isso não me impede de rondar o local procurando o inimigo,  nisso o Helmut me avisa que o spit começou a soltar fumaça preta, ele engaja e consegue seu primeiro abate, grita feito um pouco pelo rádio, tive que contê-lo pedir silêncio, é ruim conter a empolgação de alguém, mas o rádio precisa ficar livre. Ordeno que forme comigo e pego direção para a base voando de forma desengonçada, deixo o Helmut pousar antes pois posso vir a trancar a pista caso me acidente, fui o ultimo caça a chegar tenho pista livre para o pouso, os bombeiros e as ambulâncias estão me aguardando ao lado da pista. Mesmo com todos os procedimentos para fazer um pouso de risco, procuro usar o trem de pouso, faço uma passada pela torre que confirma que os três baixaram, faço a final e certa dificuldade toco primeiro a roda direita quase capotando na pista, centralizo os comandos e toco a roda esquerda, aciono os freios que me ajudam a desacelerar até o final da pista na qual todos me aguardam, ali mesmo descarrego minha raiva batendo no painel e resmungando: “Mas um para a lista em minha caderneta de aeronaves que pilotei e destruí”, mas não foi tão ruim assim algumas asas estavam na barraca de manutenção e em menos de 3 horas o BF estava pronto para outra.

Helmut ganhou uma marcação no leme, bebemos feito doidos a noite toda, histórias não nos faltam, nem sede de cerveja.