quarta-feira, 18 de julho de 2012

Capítulo 37 - Piloto de Teste





A Força Aérea Abutres, estava em intensa atividade sobre o canal da mancha. O 1º GAvCa do Ten. Col. Sípoli, fornecendo escolta e patrulhando. O 2º GAvBo do Ten. Col. Pasfar bombardeando e torpedeando os navios ingleses.

Eu fui designado para nova missão na Itália. Deixei o treinamento dos cadetes e Aspiras novatos a cargo do Capitão Víguel e do Tenente Firagi. E fui enviado a Itália, para testar um novo tipo de torpedo, que estava em faze final de aprovação.
Apesar de apreciar muito os aviões de caça, não posso negar minha admiração pelos grandes pássaros, os aviões bombardeiros e torpedeiros, onde a técnica exigida ao piloto substitui em muito a habilidade. Fiquei muito contente com a missão.


Voei para a Itália em meu JU 88, pousando em Guidonia em 30 de julho de 1942, alguns dias após os Italianos fazerem os primeiros ataques com o torpedo LT 350 (Motorbomba FFF, o FFF foi uma homenagem aos três pilotos Italianos que participaram do projeto Freiri, Fiori e Filpa).
Fallschirm-Motorbombe em alemão. 



No ataque dos Italianos aos navios Ingleses próximos a Gibraltar onde obtiveram algum sucesso, o fator limitante para o sucesso dos Italianos era a plataforma de lançamento usada por eles baseada no agora ultrapassado bombardeiro Savoia Marchetti (SM-82), o qual já tivéramos a chance de usar em combate no front Russo e nos saímos muito bem. Mas devidos as longas distâncias para encontrar os comboios ingleses no Mediterrâneo, era necessário um avião mais rápido e moderno, e esta era a minha missão, testar esta arma em nossos JU`s 88 e ver como funcionaria, pois o OKL tinha um olhar muito curioso sobre a mesma.




Sendo os Italianos excelentes construtores de torpedos, já conhecidos por todo o nosso sucesso utilizando o torpedo white head ( LT5W), tanto no front russo como agora no front ocidental, onde obtive uma marcação em meu JU-88 de 44 navios aliados destruídos.

Fui recebido na base pelo Tenente Torelli da Regia Aeronáutica, que participava das missões com a utilização do torpedo LT-350 a bordo do SM-82. Ele me acompanharia nos testes, onde também faria uma avaliação de como nosso JU-88 se sairia.

No dia seguinte eu e minha tripulação  inspecionamos nossa aeronave, que passara a noite por uma adaptação para poder lançar os LT-350, e dois deles já estavam colocados. 


Avião abastecido, taxiamos para a cabeceira da pista e nos pusemos a correr. Pude notar um arrasto pouco maior do que quando temos os LT5W, mas nada de preocupar, e subimos na proa 270º. Onde a Marinha colocara alguns velhos navios capturados dos Aliados no início da guerra. Sob orientação do LT Torelli, e a 3.000m lançamos os torpedos, um pequeno pára-quedas se abriu, e a 200m da superfície o pára-quedas maior abriu e pudemos ver o torpedo entrar na água, liberar rapidamente do pára-quedas e inicia  suas espirais crescentes, que iniciaram com curvas de 500metros e foram até 4.000m, mas infelizmente devido ao vento e a altitude caíram muito longe do alvo.


A tarde Iniciamos nova missão, desta vez lançando a 2.000m, e ficou um pouco mas próximo. Nossos anfitriões afirmavam que era a altitude mais segura, devido a forte flak das escoltas dos comboios.

Decidi tentar a 1.000m, alinhei o avião no sentido longitudinal do navio-alvo, passei o comando ao co-piloto e fui para o bombsigth, acertei a altitude na loften7 (Mira dos bombardeiros Alemães) para 1.000m, Cravei no alvo como se fosse soltar bombas em manual, e fui descendo o Angulo da mira até que o tendo a mira no centro do alvo, cheguei a 000º e apertei o disparador duas vezes, os torpedos desceram em seus paraquedas, caindo cada um de um lado do navio e nas primeiras voltas acertaram o navio-alvo.

- Tiro de sorte. Disse o Torelli.
- É Tenente veremos amanhã em um alvo real. Respondi.


No dia seguinte seguimos cedo para Malta, onde passavam os comboios aliados levando suprimento para Tobruk, não demorou e avistamos o comboio majestoso, muitos navios de transporte cercados por destróieres na escolta.

Decidido a um grande espetáculo, pois toda a missão estava sendo filmada, para posterior analise do OKW e também para o treinamento dos nossos pilotos. Escolhi um petroleiro. Estávamos a 2k e curvei para me alinhar com seu rumo. Iniciei uma descida sem ganhar muita velocidade, até atingir 1000m, e uma flak intensa começou.


Caprichei em minha aproximação, Quando estava bem sobre o navio o tenente Torelli com a mira zerada, disparou os torpedos bem na proa do navio que estava fazendo curvas em "S" para tentar escapar. Pensado que jogaríamos bombas.
Curvei para a direita e mergulhei chegando a 600km/h, para fugir da flak.


Os torpedos caíram na água e começaram os seus círculos, e olhando para trás, pudemos ver e filmar a grande explosão, acreditamos que o segundo torpedo também acertou o petroleiro, pois ele quebrou no meio e não demorou a encontrar seu novo lar, o fundo do Mar Mediterrâneo.


Duas mil unidades do Torpedo LT 350, foram encomendados pelo OKL.

Eles iniciam círculos em espiral com 500m e vão até 4.000m, seu combustível dura entre 20 e 30 minutos.

Tem 500mm de diâmetro (20 polegadas) deve ser lançado de médias altitudes para que tenha tempo do pequeno pára-quedas estabilizador abrir e por volta de 200m da superfície onde o  pára-quedas maior abre, para assegurar um leve impacto na água.

Peso 350kg, cabeça de combate com 120kg de TNT. Velocidade podendo chegar a 40kt.



Por Co Mutley



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