Sendo a Força Aérea Abutres uma unidade com várias especializações, inclusive com alguns pilotos brevetados em torpedeiros, recebemos a missão de proteger um comboio que viria com nossos suprimentos.
Contando com nossa experiencia torpedeando navios Reds com nossos Ju-88 e He-111, assim demos início a uma sucessão de patrulhas nas águas sob nosso domínio para proteção dos comboios.
Major Sípoli 16 navios torpedeados
Ten. Col Pasfar 5 navios bombardeados e torpedeados
Ten Col Mutley 12 navios torpedeados
O Serviço de Inteligencia obteve a informação que nosso adversários tentariam de tudo para interceptar este comboio que nos trazia novas aeronaves.
Decolamos da conhecida base de Sevastopol com nossos BF-109 G6 com Gumpods de MG 151 20mm. Nesta configuração mortal, os Gustav ( ou bochechudos como eram conhecidos pelas saliências acima do capô onde estavam os armamentos) que com o seu armamento padrão já eram muito ruins de curva sendo péssimos para Dogfight, ficavam com péssima maneabilidade devido ao grande arrasto aerodinâmico provocado pela estrutura dos gunpods sob as asas, mais de muita energia nos mergulhos,
Seguimos para as coordenadas de AH-2 sul de Svastopol, o inimigo deveria decolar de Yalta.
E como em toda emboscada, nós marcamos o local e o inimigo marca a hora, não tínhamos como saber quando o inimigo iria aparecer.
Em 1943 os principais aviões inimigos torpedeiros eram A-20G, IL-2T, IL-4. Sendo assim ficávamos sobrevoando os navios em altitudes variadas esperando por bombardeiros em altitude elevada ou torpedeiros arrastando as barrigas na água.
Em nossos aviões para lançar o torpedo italiano White head, precisamos estar entre 90 e 100m de alt, e velox inferior a 300km/h. Imaginamos que com os Reds não seria muito diferente.
Colocando o rádio em "S" recebemos uma lista dos aviões que decolaram e assim temos uma ideia do que esperar, se nosso espiões informarem corretamente, tendo na lista um dos aviões com capacidade de lançar torpedo, vale a pena ficar de CAP sobre o comboio, caso contrário era pura perda de tempo e ai RTB e tentar outro tipo de missão.
O 1º Grupo de Aviação de caça da Abutres decolou sob a liderança do Major Sípoli, eu supervisionando a missão que também serviria para treinamento de navegação para os Aspirantes, seguimos para o Sul.
Logo em seguida o Sípoli informou pelo rádio:
-Balões de barragem do comboio avistado.
Assim logo vislumbramos o comboio com uns 20 navios de carga escoltados por algumas belonaves.
O dia estava radiante e a visibilidade fora do normal (20km), dividimos nossos aviões em duas patrulhas, o 1º Esquadrão do Grupo de caças comandados pelo SubCo Fred, subiu para 6k para espreitar possíveis bombardeiros. o 2º Esquadrão do Grupo de Caças comandado pelo Tenente Rubens, ficou a 1500m para ter boa visibilidade e a vantagem para ganhar velocidade rapidamente quando precisa-se mergulhar atrás dos torpedeiros. Eu e o Majos Sípoli ficamos a 2.000m, em contato com o Comandante do Comboio.
E assim passamos a maior parte da manhã. Como nenhum Red deu o ar da graça e em contato com o comandante do comboio ele informou que estava tudo traquilo. Sípoli reuniu o 1º GAvCa e seguiu para Sevastopol ( RTB), e eu fiquei esperando nossos substitutos, um Squad Italiano voando os MC202, que dariam continuidade a operação.
Na verdade os aviões Italianos já obsoletos a esta altura da guerra, pouco poderiam fazer, pois seu armamento era muito fraco para derrubar bombardeiro, caso fossem poucos inimigos poderiam afugentar ou até com muita sorte abater algum.
Assim que os Squad Italiano chegou, recebemos um aviso do comandante de uma das fragatas, informado ter visual de uma aeronave voando baixo e isolada, com certeza era o nosso convidado.
Eu e mais 6 MCs formamos na proa 120º, e logo avistamos o A-20, que ao nos ver deu meia-volta para fugir. Logo percebi que os Mcs não teriam como alcança-lo, ai mergulhei, acelerando a 110% , radiador fechado, 1000m, 800m, o Gunner começou a atirar, a aeronave estava ao nível do mar eu não tinha como atacar por baixo, o BF a 700km/h e o A-20 deveria estar a uns 350km, ele se livrou dos torpedos para poder correr mais, bem pelo menos se eu falha-se ele não afundaria mais nossos navios.
No mergulho mirei o bico da aeronave, e quando enquadrei no colimador atirei, meus projéteis traçantes e meus 20mm destruíram a cabine de comando, acredito que a tripulação foi bem atingida, sem soltar fumaça dos motores a aeronave continuou voando, muito baixo para o restante da tripulação saltar, subi com receio de terem alguma escolta e fiquei acompanhando por algum tempo a 2000m. Até que a aeronave começou a inclinar para a direita e mergulho como um albatroz no mar, levantando uma coluna de água. boiou um pouco e logo afundou.
Olhei meu indicador de fuel e a luz da reserva ascendeu, isto indica que voando a 75% teria 10 minutos de voo, mergulhei e rumei para a base, informei ao comandante dos MCs e a Frota sobre o ocorrido e que mais tarde retornaríamos para substituir os Italianos, o comandante da frota protestou muito, mas contra o pouco combustível nada se pode fazer.
Cheguei na base planando, pois o motor parou e para minha sorte já estava alinhado para a pista, chamei a torre informando meu problema e me deram prioridade no pouso, o meu 109 quicou duas vezes e logo depois rolou pela grama.
Ao ver a cara de espanto do mecânico ao abrir a carlinga exclamei:
- Ufa hora da boia!
Após um breve almoço e um cochilo pois ninguém é de ferro, o alarme da base tocou e em seguida o estafeta entrou afobado em minha barraca.
- Comandante, Comandante, o comboio está sob ataque!
- Ok avise ao Sípoli e aos aspiras, lá vamos nós.
Com o Esquadrão do Fred estando de folga e suas aeronaves em manutenção, Eu Sípoli e os Pilotos do Ten Rubens (2º/1º Gavca) entramos em nossos G6 municiados e abastecidos e taxiamos até a cabeceira da pista.
O Comandante da base atirou com o sinalizador verde e assim nos pusemos a rolar em formação.
Curva a esquerda como manda o manual, para aproveitar o próprio torque dos motores que nos puxam o tempo todo para este lado, fizemos uma ampla curva para desviar de alguns MC202 que voltavam do mar.
Subimos rapidamente para 2000m, rumo 180º, logo avistamos a frota e dois navios em chamas.
O comandante do comboio chamou no rádio e informou que os IL-4 torpedeiros estavam a sudeste atacando um por um. Rumamos no HDG de 120º, e logo vimos longe os dois últimos MCs lutando contra os 4 Il-4, Sípoli e seus Warbutres partiram para ajudar, um dos MC202 tentava desesperadamente chegar a costa, seu motor fumava muito.
Fui em seu auxílio pois o piloto não conseguia enxergar nada com a cabine cheia de óleo.
- Atenção piloto do MC atingido, suba suba para poder saltar, seu avião está em chamas.
Ele empinou o avião e subiu uns 400m, abriu o cocpit e se atirou no ar, logo em seguida seu pára_quedas abriu e ele pode ver o seu bólido em chamas caindo no mar.
Olhei em volta e encontrei um outro dot seguindo em direção ao comboio nossos aviões tentando alcança-lo, as Flaks dos navios disparavam ao longe e eu rezando para os marinheiros não confundirem a turma do Sípoli com os inimigos. Cerrei os olhos e pude ver na direção dos tiros da Flak um outro pequeno dot. Parti com tudo para aquela direção. Logo em seguida identifiquei o Il-4 com seus dois motores e a cabine alta do piloto e copiloto. quando me avistaram não desistiram da incursão pois já estavam muito perto do comboio, passei por cima deles e mergulhei e um meio tunneau.
Reduzi o motor a 50% para não perder a passada e comecei a fazer umas tesouras convergindo para o centro da aeronave inimiga, primeira passada, fumou o motor esquerdo, voltando peguei o flap e aileron da asa direita, na terceira Rudder e profundor, e assim tive minha segunda vitória do dia, tendo os Abutres abatidos outros 3 IL-4.
Continuamos a escolta até que o comboio finalmente entrou nas águas um poco mais seguras do porto.
Aprendi muito com esta missão, inclusive entender a facilidade que os Reds tem de nos ver quando vamos torpedear seus navios. Sabemos agora que o melhor é sair para missões de torpedeiro com muita neblina.
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